O Irã rejeitou, nesta terça-feira (13), os apelos dos países ocidentais para abandonar as ameaças contra Israel e afirmou que não pede "autorização" para responder a seu inimigo, o qual acusa de ter assassinado o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em seu território.
Na segunda-feira (12), os governos dos Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália e Alemanha pediram ao Irã que "renuncie a suas ameaças contínuas de um ataque militar contra Israel".
A Casa Branca também alertou que um ataque iraniano "poderia ter um impacto nas negociações", previstas para quinta (15), sobre um cessar-fogo na guerra em Gaza, que começou em outubro com o ataque do movimento islamista palestino Hamas contra Israel.
Porém, o Ministério das Relações Exteriores do Irã respondeu, em uma declaração do porta-voz Naser Kanani, que "um pedido como este não tem lógica política, é totalmente contrário aos princípios e regras do direito internacional e constitui apoio a Israel".
Em um comunicado, Kanani denunciou que o pedido desses países "não faz objeções aos crimes internacionais do regime sionista, mas pede com atrevimento ao Irã que não atue de forma dissuasiva contra um Estado que violou a sua soberania".
O Irã e seus aliados regionais no Líbano, Iraque e Iêmen prometeram responder aos assassinatos, em 31 de julho na capital iraniana, do líder do Hamas, que atribuem a Israel, e de Fuad Shukr, comandante militar do Hezbollah libanês pró-Irã, que morreu um dia antes em um bombardeio em Beirute, este sim reivindicado por Israel.
— A República Islâmica está determinada a defender sua soberania (...) e não pede a autorização de ninguém para usar seus direitos legítimos — afirmou Kanani.
O governo dos Estados Unidos, que reforçou nos últimos dias a presença militar no Oriente Médio, prevê uma "série de ataques" por parte do Irã e seus aliados nesta semana.
O presidente americano, Joe Biden, abordou a questão na segunda-feira durante uma conversa com os governantes de França, Alemanha, Itália e Reino Unido, que alertaram para as "graves consequências" de um ataque para a segurança regional.
O chefe de Governo alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediram uma redução das tensões durante conversas telefônicas com o presidente iraniano, Masud Pezeshkian.
— O Irã nunca se submeterá a pressões, sanções, assédio e agressão — respondeu Pezeshkian, segundo um comunicado da agência de notícias oficial Irna após a conversa com Scholz.
As medidas para evitar um agravamento do cenário regional coincidem com os esforços diplomáticos para conseguir uma trégua em Gaza, que permita a libertação dos reféns israelenses sequestrados pelo Hamas e um alívio para os habitantes do território palestino.
Os países mediadores no conflito (Catar, Egito e Estados Unidos) convocaram as partes para novas conversações na quinta-feira, e Israel prometeu participar no encontro.
O Hamas, que não respondeu publicamente se comparecerá, pediu no domingo (11) a aplicação do plano em três etapas anunciado por Biden para uma trégua, e não "mais negociações ou a apresentação de novas propostas".
A proposta, que Biden atribuiu a Israel, prevê uma trégua de seis semanas, uma retirada israelense das áreas densamente habitadas de Gaza e uma troca de reféns israelenses por detentos palestinos.