Não tinha como o final de semana ser melhor para as Gurias Jaconeras. Com o apoio do torcedor, no Alfredo Jaconi, conseguiram eliminar a forte equipe do Pinda-SP e mudar de divisão no Brasileirão Feminino. Após uma disputa de pênaltis emocionante, com vitória alviverde por 3 a 2, o Ju confirmou o acesso à Série A-2.
Até o grande objetivo do ano ser alcançado, no entanto, foram seis partidas disputadas. Ao todo, quatro vitórias e dois empates. Além de 14 gols marcados e quatro sofridos.
GZH relembra a campanha do Ju até o acesso à Série A-2 do Brasileirão Feminino.
A estreia foi contra o Criciúma, na Montanha dos Vinhedos, em 23 de abril. Após uma eliminação na fase inicial, em 2022, o Juventude chegava com status de favorito para enfrentar a equipe catarinense. E, rapidamente, conseguiu comprovar as expectativas em campo.
Aos dois minutos, Greyce abriu o placar para o Alviverde. Quatro minutos depois, ela mesma ampliou. E aí, foi questão de tempo para virar goleada. Bella, Thalita, Bruna Lisandra e Vanice também balançaram as redes. Enquanto Maria Eduarda, no final da etapa complementar, descontou. O 6 a 1 dava grande vantagem para o Ju na volta.
— Fizemos o dever de casa e lá (em Criciúma) vamos entrar com a mesma intensidade que foi aqui. Vamos escutar o professor Luciano, o que ele quer no próximo jogo e obediência tática, porque não tem nada ganho. Cada jogo é um, e sabemos da qualidade do outro time também — falou a lateral Bella, à época.
No Heriberto Hulse, era preciso pouco para avançar. Com o 6 a 1 na ida, até uma derrota por 4 a 0 colocava o Juventude nas oitavas de final. Com forte presença do torcedor, o Criciúma saiu na frente, com gol de Ana Clara. Mas não foi o suficiente. No segundo tempo, Bruna Lisandra e Beta colocaram o Ju em vantagem e garantiram a vitória por 2 a 1.
Em 30 de abril, estava confirmada a classificação com 100% de aproveitamento para as oitavas. A partir de então, era só aguardar o adversário. Mas uma coisa era certa: com as duas vitórias e o grande saldo, o Ju decidiria em casa a próxima fase.
— O jogo contra o Criciúma foi muito difícil, é uma equipe muito forte. Então, acho que deu muita confiança pelo fato de ser um dos times que também tinha bastante chance de se classificar. E foi um confronto muito bom para nós, para vermos como estávamos fisicamente, psicologicamente e tecnicamente. Um jogo muito bom, também, para adquirirmos confiança — avaliou a atacante Thalita, após a classificação.
Na segunda fase, o adversário também era do Sul. Após eliminar o Operário-MS, o Toledo chegava para enfrentar o Juventude. A primeira partida, em 6 de maio, foi realizada no Estádio 14 de Dezembro, no Paraná.
Em uma partida sem transmissão, o Alviverde saiu em vantagem. A zagueira Alessandra e a centroavante Kelly Becker marcaram os gols que garantiram o 2 a 0. Um pé nas quartas de final. Agora, era preciso confirmar o avanço em casa, diante do torcedor.
— A gente joga sempre como se fosse 0 a 0. Sempre vamos em busca de mais, da vitória. Sabemos que o nosso campeonato tem muito a ver com as próximas fases, então buscamos fazer uma campanha boa para nos ajudar nas etapas seguintes. Vamos em busca da vitória, dentro do nosso sistema de jogo, e é assim desde o início do campeonato e será até o final — ressaltou a coordenadora Renata Armiliato antes do confronto de ida.
Em 14 de maio veio a estreia no Alfredo Jaconi. No domingo de Dia das Mães, até uma derrota por 1 a 0 daria a classificação ao Juventude. Mas as Gurias Jaconeras queriam a vitória para ter a vantagem nas quartas de final. E conquistaram.
Aos 11 minutos do primeiro tempo, Thalita colocou o Alviverde na frente. Depois, aos 25, Kelly Becker confirmou a vitória por 2 a 0. Era a manutenção dos 100% de aproveitamento e o Ju a dois passos da Série A-2 do Brasileirão Feminino.
— Conseguimos fazer um jogo bem adulto, bem pausado contra o Toledo, com os tempos de jogo bem adiantados. Eu acredito que faremos um bom embate com o Pinda por conta da experiência que estamos tendo neste ano — avaliou o técnico Luciano Brandalise após o jogo.
Em Pindamonhagaba, a partida mais difícil da temporada alviverde. Contra o Pinda-SP, o 50º jogo do Juventude desde a reabertura do departamento. Eram 180 minutos que separavam as Gurias Jaconeras do acesso.
Pela primeira vez na Série A-3, o Alviverde saiu atrás no placar. Aos 35 minutos, Taysa Felix colocou o Pinda à frente. O Ju empatou aos 46, com Beta. No segundo tempo, o mesmo desfecho. Carlinha voltou a colocar os paulistas na frente. Mas, antes que o jogo acabasse, aos 48 minutos, Thalita deixou tudo igual para as Gurias Jaconeras: 2 a 2. A decisão ficaria para o Alfredo Jaconi.
— A expectativa é muito grande, a gente sabe que o Pinda é um time bom. Estamos trabalhando em cima do jogo que fizemos lá em São Paulo. Sabemos que nosso time é unido, que temos força para sair com a vitória no sábado e que não vai ser fácil. É uma final. E eu tenho certeza que, pelo time que temos, a união, a família, vamos sair com a vitória — projetou a meia Karol antes do jogo.
O capítulo final para o acesso veio no Alfredo Jaconi. Com cerca de 800 torcedores nas arquibancadas, o Ju voltou a empatar com o Pinda-SP. Desta vez, por 0 a 0. A igualdade fez com que a decisão fosse para os pênaltis.
O time paulista começou cobrando e convertendo, com Carlinha. O Alviverde igualou na sequência, com Alice. E, depois, uma sequência de erros: Larissa, Felix e Danúbia erraram para o Pinda-SP. Enquanto Bella e Beta desperdiçaram para o Ju.
Na sequência, Clara converteu para as paulistas e Thalita para as alviverdes. E aí, sobrou toda a responsabilidade para a lateral-direita Grazi. Se convertesse, as Gurias Jaconeras estavam na Série A-2. Se perdesse, iria tudo para as alternadas. Ela fez. O Ju venceu por 3 a 2. E mudou de patamar no futebol feminino.
— Eu estava confiante. E foi um alívio. Parece que saiu um peso. Só Deus sabe o quanto a gente estava trabalhando pra isso. Então, era para ser — afirmou Grazi, após o acesso.