Confira as características e diferenças entre os tipos de investimentos recomendados para a reserva financeira de aposentadoria.
CDBs
São títulos emitidos por bancos como forma de captação de recursos, isto é, empresta-se dinheiro para a instituição, por um prazo e a um juro definidos. A maioria remunera um percentual do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), taxa para empréstimos entre os bancos que acompanha a taxa básica de juro (Selic).
Se o CDB pagar menos do que 90% do CDI, dependendo do tempo em que o dinheiro ficará aplicado, aumenta o risco de o rendimento ficar abaixo da inflação e perder para a poupança. Existem também CDBs com juro prefixado, como títulos do Tesouro Prefixado, ou que acompanham o índice da inflação, como os títulos IPCA+. Considerado de baixo risco, tem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que restitui os investimentos no caso de o banco quebrar, no limite de R$ 250 mil por CPF, por instituição. O Imposto de Renda descontado segue a tabela regressiva para renda fixa (quadro acima nesta página).
LCI e LCA
As Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio têm isenção de Imposto de Renda (IR) e de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e são protegidas pelo FGC, em até R$ 250 mil por CPF, por instituição. Por isso, são investimentos conservadores e seguros. Trata-se de um título de crédito: você empresta dinheiro para o banco, que empresta para o setor imobiliário ou do agronegócio. A maioria das Letras remunera um percentual do CDI, mas há também opções prefixadas. Geralmente, o investimento mínimo inicial é de R$ 1 mil, mas os investimentos que pagam juro mais elevado exigem valores iniciais acima de R$ 5 mil e prazos mais longos. Nem sempre aceitam depósitos adicionais inferiores ao mínimo inicial. Nesse caso, o investidor pode acumular quantias menores em uma Caderneta de Poupança ou no Tesouro Selic até atingir o mínimo necessário para aplicar em LCI ou LCA.
Fundos
Trata-se de uma espécie de condomínio: o gestor reúne o dinheiro de todos os aplicadores e distribui em investimentos em diferentes ativos financeiros, com o objetivo de obter mais lucro do que um cliente conseguiria sozinho. Há uma enorme diversidade de tipos de fundos, como os que aplicam em títulos de renda fixa, os que compram ações na Bolsa de Valores, os que investem em ativos em moedas estrangeiras e os que têm estratégia múltipla, conhecidos com multimercado, por exemplo.
Essas diferenças influenciam na tributação e nos riscos. Os fundos mais arrojados prometem ganhos elevados, mas sofrem maior oscilação. Os mais conservadores rendem menos, mas são mais estáveis. Para a aposentadoria, educadores financeiros recomendam fundos com prazo de resgate de até cinco dias e taxa de administração abaixo de 1% ao ano, pois taxas altas abocanham boa parte do rendimento.
Poupança
É relativamente fácil para movimentar o dinheiro e fazer aportes adicionais, tem isenção do imposto de renda e conta com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que restitui até R$ 250 mil por CPF em caso de falência do banco. É o tipo de aplicação mais popular do Brasil, apesar de oferecer ganhos muito modestos. É possível fazer saques diariamente, mas o rendimento ocorre somente uma vez por mês, no chamado "aniversário".
Para guardar pequenas quantias e por pouco tempo, é uma alternativa válida. Mas se a intenção é economizar a médio e a longo prazos, a poupança é desfavorável devido à baixa remuneração, que costuma perder para a inflação. Não significa que é a pior aplicação — CDBs que pagam baixo percentual do CDI e fundos com altas taxas de administração podem remunerar até menos — e sim que há opções mais vantajosas para a aposentadoria.
Imóveis
Uma das crenças comuns de investidores é de que comprar imóvel é sinônimo de fazer uma aplicação segura. Mas isso nem sempre é verdade. Manter imóveis para viver de aluguéis exige conhecimento de mercado e acompanhamento contínuo para conseguir ganhos que superem os obtidos com outras aplicações financeiras.
Em termos de rendimentos, antes de descontar a taxa de intermediação da imobiliária, taxas e custos de manutenção, os valores de aluguéis mensais correspondem de 0,4% a 0,8% do valor do bem. Apesar de sua liquidez baixa, isto é, não podem ser facilmente vendidos, o preço de venda dos bens tende a aumentar. Deve-se ter em conta que imóveis desocupados geram gastos e que também pode haver depreciação ao longo do tempo, por influência de variáveis como ano de construção, localização, conservação e flutuação do mercado imobiliário, entre outros.