A busca pela formação de um patrimônio sólido que consiga assegurar uma aposentadoria sem sobressaltos nas próximas décadas traz um desafio adicional. Além de viver mais e ter de trabalhar por mais tempo, investir não será tão fácil.
O professor da PUCRS e educador financeiro Leandro Rassier alerta que investimentos tradicionais dos brasileiros passam a ser mais questionáveis. Na poupança, o rendimento é baixo. E há ainda caso de imóveis que podem garantir um rendimento inferior à caderneta, observa o especialista.
— A realidade do Brasil está mudando. As pessoas precisarão saber como funcionam fundos de investimento, LCA, LCI, mercado de ações. Será necessário se expor mais ao risco, como acontece em outros países. No Chile, 15% da população investe em ações. No Peru, em torno de 10%. No Brasil, apenas 0,38%. Será preciso gerar renda com os produtos financeiros.
O melhor é começar a poupar e investir o mais cedo possível, afirma o professor da PUCRS e educador financeiro Leandro Rassier. Ele lembra que ainda é possível encontrar em alguns bancos e corretoras alternativas de renda fixa com vencimentos mais longos que podem garantir taxas de 0,6% ao mês, o equivalente a 112% da variação anual hoje das aplicações atreladas aos certificados de depósito interbancário (CDI), atualmente em 6,35% ao ano. Segundo estimativas do especialista com base nesse tipo de investimento, se uma pessoa de 25 anos, entrando no mercado de trabalho, conseguir poupar e aportar R$ 100 ao mês, em 40 anos, quando chegar à idade de 65 (idade mínima para homens se aposentarem, de acordo com a proposta de reforma da Previdência do governo), terá acumulado R$ 278 mil.
Claro que, devido à inflação, o poder de compra desse montante, lá na frente, será bem inferior ao atual. Se começar a guardar R$ 100 mensais a partir dos 35 anos, chegará na mesma idade com R$ 127 mil — menos da metade. Se uma pessoa com 25 anos conseguir poupar R$ 300 por mês, pode amealhar R$ 833 mil.
Compare, abaixo, quanto é possível acumular começando a poupar e investir a partir dos 20, 25, 35 e 45 anos e planeje seus investimentos: