Um dos alimentos fermentados queridinhos de quem busca uma alimentação saudável, a kombucha tem sua origem a partir da fermentação de chá verde ou preto, com açúcar. A bebida surge em uma colônia de bactérias que recebe o nome de scoby.
Quer aprender a fazer em casa e conhecer os motivos pelos quais a bebida é tão apreciada? Confira abaixo:
Os benefícios da bebida
Com propriedades probióticas, é rica em bactérias que ajudam no funcionamento do organismo, semelhantes àquelas encontradas no kefir. Também contém microrganismos vivos que se proliferam e contribuem para a saúde intestinal, pois melhora a absorção de nutrientes. Atua também a favor do sistema imunológico. Além disso, a kombucha é benéfica para a saúde da pele, do cabelo e das unhas, além de ter potencial antioxidante.
Mas a ingestão da bebida requer cuidados. Como se trata de um alimento probiótico, o consumo pode gerar gases e desconforto abdominal em pessoas que não estão atentas à qualidade da alimentação.
Para quem quer abolir o refrigerante
O açúcar adicionado funciona como alimento para essas bactérias, fazendo com que se multipliquem e acrescentem a característica gaseificada à bebida. Por isso, a kombucha é, muitas vezes, uma ótima opção para substituir o refrigerante. Você também pode adicionar frutas à preparação, produzindo novos sabores - além de agregar mais vitaminas e minerais.
Afinal, ajuda a emagrecer?
Ao contrário do que muita gente acredita, a kombucha não emagrece. Perder peso é um processo multifatorial, que depende de mudanças no estilo de vida como um todo. Nenhum alimento ou bebida sozinho é capaz de gerar esse resultado.
Mas claro que, por ser uma bebida que regula a função intestinal e rica em compostos benéficos para a saúde, a inclusão de kombucha na rotina alimentar de uma pessoa que quer emagrecer pode refletir na melhora do processo.
Como fazer a kombucha?
Base da kombucha, os chás são ricos em polifenóis (catequinas ou taninos) e compõem o sabor e a coloração do líquido. Podem ser escolhidos conforme a preferência de acidez, intensidade e doçura de cada um. Já os açúcares funcionam como alimento para as bactérias. Para preparar, você pode usar as seguintes variedades: branco, orgânico, demerara ou cristal. O açúcar mascavo nem sempre é uma boa opção, pois pode retardar a fermentação e afetar no resultado final.
Não se preocupe com a “grande” quantidade de açúcar adicionada na preparação: ao final da fermentação, restará aproximadamente 5% da porção inicial, pois a maior parte é consumida pelas bactérias. Quanto maior o tempo de fermentação, menos açúcar terá e mais ácida será a bebida.
A “mãe” da kombucha, conhecida como scoby, é um disco gelatinoso de bactérias e leveduras que variam conforme o local e a época de produção. A cada nova fermentação, o scoby cresce e se reproduz, e os novos discos podem ser doados ou armazenados para novas produções da bebida.
Para fazer a sua primeira kombucha, você vai precisar de:
- 1 scoby (que você pode conseguir por doação em grupos nas redes sociais)
- 100ml de starter (líquido que vem junto com o scoby, para regular o pH e a acidez da sua bebida)
- 1 litro de água
- 6 colheres de sopa de chá verde ou preto
- 3 colheres de sopa (ou mais) de açúcar
- Recipiente de vidro com capacidade para 1,5l ou mais
Modo de preparo
Leve a água ao fogo e adicione o açúcar até que ferva. Após ferver, adicione as ervas ou saquinhos de chá, tampe a panela e deixe em infusão. Espere que a bebida fique em temperatura ambiente, deixando que esfrie naturalmente.
Se o chá foi feito com ervas soltas, é importante coar o líquido. Coloque o chá dentro do vidro, junto com o scoby e o starter. Como a fermentação precisa de oxigênio, o recipiente deve ser coberto com um pano limpo de algodão, prendendo-o com um elástico, para que não haja contaminação da bebida.
Guarde o frasco em um local arejado e sem muita luz por cerca de seis a 10 dias, tempo em que a bebida final estará pronta, com o aroma de vinagre e sem sabor doce. No final do processo, um novo scoby é formado em cima do primeiro, e pode ser guardado na geladeira ou doado para outra pessoa.
A partir da nova fermentação, você pode adicionar sabores à preparação, com frutas e especiarias. Alguns dos mais comuns são limão, manga, morango, mirtilo, maçã, laranja, abacaxi e maracujá, gengibre, cravo, canela, pimenta, noz-moscada, hortelã, camomila. Vale usar também sucos prontos, como uva, maçã e maracujá.
Confira abaixo algumas receitas para testar em casa.
Kombucha de limão e gengibre
Ingredientes
- 1,5 litros de kombucha
- 3 a 5 rodelas de gengibre
- Suco de meio limão
- Garrafa pet com capacidade para 1,5l
Modo de preparo
Coloque as rodelas de gengibre e o suco de limão em uma garrafa limpa. Adicione a sua kombucha, enchendo bem até ficar totalmente completa, para que não fique ar . Tampe e deixe descansar por um período de três a sete dias, tempo necessário para ocorrer uma nova fermentação. Em geral, a bebida saborizada estará pronta após cinco dias de fermentação. Vale lembrar que a kombucha cria gás rapidamente e alguns consumidores preferem consumir apenas 24 horas após a segunda fermentação.
Kombucha de café
Modo de preparo
Faça seu café como de costume e deixe resfriar depois de pronto. Em seguida, comece o preparo tradicional da kombucha, adicionando 200mL de café ao processo. Complete com água até alcançar 500mL e adoce.
O café, neste caso, substitui o chá como alimento do scoby. Depois que passar por todo o processo de fermentação (três dias), é só servir.
Dicas extras
- Opte sempre talheres de madeira ou plástico para manusear sua kombucha. Não use metais, aço ou inox, pois os materiais podem afetar na fermentação do líquido.
- O ideal é que as garrafas sejam de vidro com tampas de alta vedação para evitar que o gás escape e a bebida perca a gaseificação. É preciso, ainda, garantir que sejam densas e resistam à pressão alta, pois a garrafa pode rachar ou explodir.
Raquel Lupion é formada em Nutrição e Educação Física, tem especialização em Nutrição Clínica e Mestrado em Ciências do Movimento Humano. Sua motivação é promover um estilo de vida saudável, fugindo de radicalismos e tentando encontrar o caminho do meio entre o que é necessário e o que é prazeroso. Na vida profissional, divide seu tempo entre atender em consultório, dar aulas de ioga, palestrar e ministrar cursos. Escreve semanalmente em revistadonna.com.