Por mais que a diretoria do Grêmio afirme que a definição do treinador para a temporada 2021 é assunto apenas para depois da decisão da Copa do Brasil, os dirigentes por certo já mergulharam no mercado. Contar com a permanência de Renato Portaluppi neste momento é apostar na incerteza, dadas as últimas declarações do próprio técnico. Ter um plano B é obrigação para os dirigentes tricolores.
Não há pecado ou falta de ética na busca de um profissional quando o titular de um cargo dá mostras de que pode sair. Desta mesma forma, qualquer pensamento de um treinador em se transferir para outra agremiação ao final de um contrato é legítimo.
O pior para o Grêmio na hipótese de saída de Renato será seus dirigentes passarem a buscar um sucessor apenas após este anúncio. O calendário maluco dos tempos de pandemia não recomenda tal vacilação. Uma mudança de comando não significará apenas a troca de uma pessoa, mas de um grupo de profissionais e um modelo de trabalho. Isto requer um tempo mínimo.
Não há radicalismo em exigir que, na entrevista coletiva após o último jogo contra o Palmeiras, no próximo dia 7 de março, o Grêmio anuncie quem o comandará na sequência, seja Renato ou outro treinador. O ideal até é que isto seja sabido antes da decisão.
Cogitar figuras como Cuca, Tiago Nunes ou até Lisca é absolutamente cabível. O futuro tricolor não pode ficar refém de um acerto com Renato, por mais que possa ainda se achar recomendável sua permanência.
Vale o mesmo para a busca de reforços. O grupo se mostra carente para o início de uma nova temporada. Também por este motivo, é bom ter um técnico definido para recomendar tais reforços. O retardamento nas decisões pode custar muito caro, especialmente se não acontecer a conquista da Copa do Brasil.