A grande verdade é que as más atuações no fechamento das competições da temporada 2020 não surpreendem mais no Grêmio. Por mais que o técnico Renato Portaluppi tente tapar o sol com a peneira e desviar o foco nas entrevistas. Fica difícil entender porque, em uma decisão de título da Copa do Brasil, o Tricolor foi tão previsível como ocorreu no jogo de ida contra o Palmeiras. Um time sem força. Sem ambição. Acomodado.
Nos 90 minutos na Arena, as chances de gols foram escassas, mesmo quando o treinador gremista empilhou atacantes na etapa final, mesmo com o Verdão tendo dez homens após a expulsão de Luan. Vale lembrar: no Brasileirão, o Grêmio quase sempre se atrapalhou com os times da ponta de cima da tabela. Qual foi o grande enfrentamento contra essas equipes do G6? No geral, empatou 17 partidas. Alguns poucos bons momentos foram contra equipes de menos poderio como o lanterna Botafogo. Por isso, o desempenho apático na decisão da Copa do Brasil não surpreendeu.
A cobrança sempre virá sobre quem mais se espera. Olhando pontualmente, não há mais explicação para a queda de rendimento de Jean Pyerre. Acreditando no potencial do guri, tantas vezes defendi a titularidade do meia aqui em GZH. Ele já mostrou muito mais futebol. O mestre Tostão já fez uma coluna enaltecendo as qualidades do guri. Só que agora o tempo está passando e a resposta não vem. Uma pena, mas a apatia está virando a marca registrada de JP10 nos gramados.
Qual é realmente o problema do jogador? Ele não está a fim de ter a responsabilidade de ser o protagonista da equipe? Por que não consegue ter força física para jogar em alta performance? É só comparar com o envolvimento dos meias do Palmeiras na partida e ver que o gremista está fora de sintonia.
A grande dificuldade é que não há no grupo um substituto efetivo para a função. O chileno Pinares não pode atuar na Copa do Brasil. Isaque e Thaciano não são soluções. Jean Pyerre poderia ser um fator de desequilíbrio a favor do Grêmio. O time todo padece quando ele vai mal. Diego Souza fica abandonado. Escalar Lucas Silva, com Maicon e Matheus Henrique, aumenta o poder de marcação. Porém, some a criatividade. Na real, Renato fica sem opção.