Em uma entrevista de muitas divagações e desfocada do que determinou a derrota do Grêmio para o Palmeiras na primeira partida final da Copa do Brasil, Renato Portaluppi, em determinado momento, se queixou da falta de jogadores que "fazem gols" no seu time. O treinador chegou a dizer que a diretoria já está orientada a buscar tais artilheiros para a temporada 2021.
Faltou ao técnico reconhecer que há uma carência mais importante, a de um jogador para a posição ou a função de Jean Pyerre, seja para ser titular ou alternativa ao jovem que está numa fase muito ruim, algo que não mudou e que continuou comprometendo o time na decisão deste domingo (28).
A não citação da ausência de uma solução no meio-campo pode ser pela falta de opções qualificadas no mercado ou porque Renato está constrangido depois de suas últimas indicações que foram avalizadas pela diretoria.
Houve, por parte do técnico, uma obsessão para que o clube buscasse Thiago Neves. Foram dois anos de namoro até que o meia foi contratado. Ele não só foi caro, como se revelou uma imensa decepção, precisando ser mandado embora antes que desse mais prejuízo aos cofres gremistas.
Menos dispendioso, mas tão ineficiente foi outro pedido do comandante atendido pelos dirigentes: Robinho. Vindo do mesmo Cruzeiro, por questões clínicas, físicas e técnicas, ele praticamente não jogou e, quando o fez, nada rendeu.
Sem Jean Pyerre, ou com o meia jogando o que está jogando, o Grêmio é um time incompleto em seu setor mais importante. Sem uma reposição razoável, o problema se torna insolúvel e compromete a equipe.
Tudo isso porque, na hora de ir ao mercado, foram feitas escolhas erradas — especialmente a de Thiago Neves. Ainda são sentidos pelo time os efeitos deste equívoco. Que o fracasso acontecido no início de 2020 norteie as investidas na busca dos jogadores implorados por Renato como "fazedores de gols", mas que não sejam esquecidas as maiores lacunas e o setor mais debilitado da equipe, cujas soluções tentadas se mostraram fracassadas e apresentam sequelas até hoje.