Não é difícil encontrar jornalistas e torcedores que encaram Jean Pyerre como craque. Ele reúne qualidades invejáveis para que se pense assim. Tocando na bola, nem precisa utilizar a força para a busca de seus objetivos. Tem chute forte, pifa companheiros com regularidade, faz muitos gols de bola parada.
Então é um craque? Vamos com calma. Tudo isso pode levar um jogador a conseguir esta condição, mas ainda precisa de outras variáveis.
Quem viu, ao longo do tempo, jogadores maravilhosos ganhando títulos e deixando seus nomes na história do futebol entende que eles tiveram de fazer mais do que isso. Eles precisaram da força física, da velocidade, do empenho, do interesse permanente no jogo, de intensidade. Isso é o que falta ao jogador do Grêmio.
Ele tem a capacidade de sumir em determinados momentos. Quando volta ao jogo, o faz com grande técnica, mas o tempo de sumiço é preocupante. Jean Pyerre parece estar jogando outro esporte.
Futebol nunca abriu mão do interesse do jogador, mesmo que ele se chamasse Pelé ou Maradona. Ele está muito mais para o lado de Paulo Henrique Ganso ou Bruno, aquele jogador formado pelo Grêmio que parecia caminhar para ser grande referência técnica, mas acabou como um jogador comum.
O Grêmio luta para que seu jogador pratique futebol, mas ele ainda está em outra. A decisão da Copa do Brasil pode ser mais uma grande oportunidade. Ele vai jogar. Mas com que intensidade?