Nesta sexta-feira (20), o dólar abriu em queda, cotado a R$ 6,09, após mais um dia de turbulência na quinta-feira (19). Chegando a ser cotado em R$ 6,30, a moeda respondeu à maior intervenção da história do Banco Central (BC) e fechou em R$ 6,122, afastando-se do recorde de quarta-feira (18), quando terminou o dia valendo R$ 6,267.
O BC realizou um novo leilão na manhã desta sexta-feira, injetando mais US$ 3 bilhões no mercado financeiro. A cotação chegou a cair para R$ 6,05, mas depois subiu e atingiu R$ 6,11 na máxima. Na tentativa de conter a valorização da moeda americana na quinta, a autarquia já havia realizado dois leilões de venda de dólares à vista, totalizando US$ 8 bilhões.
A escalada a patamares históricos teve início no fim de novembro, quando o dólar chegou à marca dos R$ 6 pela primeira vez. O pico respondeu à declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que anunciou isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Cotação do dólar ao vivo
Confira o gráfico da evolução da moeda, disponibilizado pela TradingView:
Valor do dólar atualizado
- Dólar comercial: R$ 6,08
- Máxima dólar comercial: R$ 6,11
Queda na quinta-feira
Especialistas avaliam que a conclusão da votação da PEC do pacote de corte de gastos em primeiro turno teve influência direta na queda do valor da moeda norte-americana na quinta-feira. Em coletiva de imprensa sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, fez questão de afirmar que as atuais intervenções no dólar ocorrem por "disfuncionalidade, saída extraordinária ou fator de mercado".
— Não há desejo do BC de perseguir algum nível de câmbio, é que neste ano tem fluxo atípico muito grande.
Ainda na entrevista, o futuro presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, disse que a alta do dólar não está associada à ataque especulativo, tese não descartada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na véspera.