O Grêmio deu mais um dia de vida para o Gre-Nal 417. E para um Gre-Nal que perdeu no campo e, depois do apito final, fora dele, com todas as confusões do vestiário. No balanço final do entrevero no acesso aos vestiários, ficou a imagem de Renato Portaluppi buscando o vestiário do Inter e de Maicon citado na súmula mesmo sem nem ter se fardado.
A terça-feira (11) era o dia para mirar a Libertadores, mirar os dois jogos com o Atlético Tucumán, que podem colocar o clube outra vez na semifinal e a quatro jogos do tetra. Só que o Grêmio ficou na mesma página de domingo, de um domingo em que deixou o campo derrotado e a oito pontos dos líderes do Brasileirão.
Maicon cumpriu o papel que cabe ao capitão, de falar pelo grupo. O problema é que versou sobre um tema já exaurido no domingo e na segunda e que elevou às alturas a temperatura no Rio Grande do Sul. Aliás, foi por causa das provocações entre jogadores nas redes sociais que protagonizamos um espetáculo horroroso, que ganhou generosos espaços em horários nobres dos programas esportivos. Não precisávamos de mais manchetes sobre esse tema.
A favor do capitão gremista, e isso é elogiável, foi o fato de falar sem meias-palavras, sem insinuações, sem indiretas. Renato, no domingo, disse sem dizer. Maicon, nesta terça-feira, disse. E deu detalhes, apontou nomes. É verdade que foi além do ponto ao chamar Rodrigo Dourado de "pé duro" e feriu uma ética existente entre jogadores. Mas Maicon fugiu da pasteurização presente hoje nas entrevistas coletivas, e isso deve ser valorizado.
Aliás, Maicon foi a voz oficial do clube sem os pruridos que geralmente cercam uma manifestação institucional. Porque, ao colocar dois dirigentes ombreando seu jogador, o Grêmio assinou embaixo de tudo o que ele disse.
Sabemos, agora, o que motivou toda a rusga de domingo. Fica a pergunta: por que tudo isso não foi dito no domingo, deixando para a segunda-feira de folga a repercussão e permitindo que a terça-feira começasse com o Gre-Nal no passado? Mas, com tudo o que Maicon disse, o Gre-Nal segue presente. Muito presente.