Se Renato virou estátua, um outro ícone do título mundial do Grêmio virou campo de futebol. Nesta terça-feira, o ex-zagueiro Hugo de León foi homenageado pelo Nacional, do Uruguai, ao emprestar seu nome para o gramado número do 2 do CT de Los Céspedes. O clube uruguaio decidiu batizar os campos com seus maiores ídolos. Antes de De León, o centroavante Luis Suárez, hoje no Barcelona, e referentes como José Emilio Santamaría, Luiz Artime, Schubert Gambetta e Victor Espárrago, esse companheiro de De León em 1980 no time campeão da América, ao vencer o Inter, de Falcão.
De León, na época com 22 anos, ficou de fora da disputa do Mundial Interclubes, o primeiro em formato único e com sede no Japão. Quando o Nacional venceu o Nottingham Forrest, da Inglatera, ele já estava no Grêmio, onde três anos depois ergueria outra vez a Libertadores e, depois, iria ao Japão conquistar o mundo.
A história de De León no Nacional ainda teria outros capítulos. Em 1988, ele retornaria ao clube para ganhar mais uma Libertadores e o Mundial. Quatro anos depois, ainda levaria o clube à conquista do Campeonato Uruguaio. Com uma relação muito parecida à que Renato tem com o Grêmio, De León regressaria mais uma vez ao Nacional, como técnico. E, outra vez, escreveria a história. Em 1998, comandou o clube ao título nacional e interrompeu o hexa do eterno rival Peñarol, que enfileirou as taças de 1993 a 1997.
A conquista rendeu uma música até hoje entoada pelos torcedores tricolores do Uruguai: "Si querés saber de fútbol, preguntale a De León". A canção é um recado para Pablo Bengoechea, meia histórico do Peñarol no penta consecutivo do Uruguaio.
Tanta história, desde esta terça-feira (18) virou o nome de um campo de treino. De León foi à homenagem acompanhado dos netos. É um sujeito de poucos sorrisos e emoções contidas, como convém a um zagueiro forjado no Uruguai dos anos 1970 e 1980. Mas, ao descerrar a placa, marejou os olhos e embargou a voz.