Depois de semanas de negociações, um novo acordo para por fim ao impasse envolvendo o estádio Olímpico e a Arena do Grêmio está sendo construído. No comando das articulações está o presidente do Tricolor Romildo Bolzan. Do outro, as empresas Karagounis e OAS 26.
O foco principal é fazer a troca de chaves entre as partes. Hoje, o Grêmio é o responsável pelo Olímpico. Já as duas empresas são as proprietárias do terreno da Arena.
No acordo que foi articulado entre as partes, o clube gaúcho passa a ser o dono da área do bairro Farrapos. Karagounis e OAS 26 ficarão com o Olímpico. Essa combinação já existia quando o contrato da Arena foi feito. Porém, nunca chegou a ser executado porque a Metha - antiga OAS - não cumpriu suas obrigações ao executar as obras do entorno do novo estádio.
Agora, caberá aos bancos Santander, Banco do Brasil e Banrisul desonerarem a propriedade do terreno da Arena para liberar essa operação. Depois disso, questões envolvendo o pagamento de impostos devidos e as obras do entorno da Arena precisarão ser resolvidas para que o acordo seja efetivado.
Superados todos os entraves, essa movimentação também será levada ao conhecimento da prefeitura de Porto Alegre, do Ministério Público Estadual, pois há tratativas abertas na Justiça envolvendo as obras necessárias nos bairros Farrapos e Humaitá.
- Trata-se do Grêmio escriturar a Arena em seu nome e entregaremos o Olímpico pura e simplesmente. Resolve-se apenas isso. Estamos seguros que o entorno não sera cobrado do Grêmio - destaca o presidente Romildo Bolzan.
O processo eleitoral do Grêmio não deverá ser um entrave. Os dois candidatos já manifestaram a vontade em dar solução para este problema que se arrasta há dez anos.
De posse do Olímpico, as empresas poderão executar suas ações de continuidade da demolição do estádio - a implosão da área foi descartada em 2019 - e construção do empreendimento residencial em metade do terreno.
A outra parte da área tem como proprietária a Metha e não há informação sobre qual será o destino deste espaço. Antigamente, havia a expectativa de construção de um shopping, que teria o envolvimento do grupo Zaffari.
Com relação à gestão da Arena, esse trabalho seguirá sendo executado pela atual administradora - a Arena Porto Alegrense. O Grêmio até tentou antecipar o controle do estádio, porém, não houve avanços na negociação.
Aperto do prefeito
Em agosto, o prefeito Sebastião Melo prometeu desapropriar o Olímpico caso a demolição do estádio não fosse retomada. O projeto sobre o assunto chegou à Câmara de Vereadores em setembro. A prefeitura e o Ministério Público também recorreram ao Superior Tribunal de Justiça para destravar as obras do entorno da Arena do Grêmio.
No Rio Grande do Sul, o processo na Justiça que acompanha o acordo entre as partes, que estava parado desde o começo do ano, voltou a ter acompanhamento de um magistrado. A troca de juiz foi citada como uma das razões pela demora na retomada das negociações.
Além disso, os bancos financiadores da construção da Arena também se movimentaram. A petição que tramita na 37ª Vara Cível de São Paulo é assinada pelo Banrisul, Banco do Brasil e Santander. As três instituições financeiras cobram R$ 226,39 milhões por terem liberado recursos para a construção.
Dos R$ 210 milhões financiados para a construtora OAS, R$ 66 milhões foram pagos. A última parcela foi repassada em 2014.