Daqui a aproximadamente três meses, a antiga casa do Grêmio sairá das mãos dos Tricolores. O clube gaúcho já realiza auditorias para que possa assumir a gestão da Arena, a partir de outubro.
Quando isso ocorrer, o terreno do estádio Olímpico será dividido em dois. Parte dele ficará sob responsabilidade da empresa Karagounis. No local será construído um residencial.
O projeto protocolado na prefeitura, porém, é bem maior, e envolve até a possibilidade de construção de um shopping center. Essa parte do terreno seria repassada para a construtora OAS. Mas, segundo a coluna apurou, o grupo Zaffari está negociando com o Grêmio, e com a construtora, a aquisição desta área. Os valores arrecadados serão usados para pagar parte da dívida com bancos pela construção da Arena.
O montante que ainda precisará ser quitado com as instituições financeiras é de aproximadamente R$ 320 milhões. Porém, os bancos irão cobrar R$ 113 milhões.
Desse total, R$ 53 milhões virão de um empréstimo que o Grêmio deverá tomar. Essa dívida será diluída em pagamentos mensais que ocorrerão ao longo de seis anos. Outros R$ 60 milhões virão da venda da área de todo o estádio Olímpico.
Procurada, a OAS não negou que a negociação esteja ocorrendo. Apenas disse que não irá se manifestar. Também não informou qual área corresponde à empresa Karagounis e qual deve ser vendida. O CEO do Grêmio, Carlos Amodeo, manteve o silêncio após ser questionado.
Já o Grupo Zaffari garante que não está em negociação para compra de parte do terreno do Olímpico. Porém, a coluna descobriu que as negociações ocorrem há mais de um ano e, inclusive, já há uma minuta de contrato construída.
O Olímpico está desocupado desde dezembro de 2014, quando deixou de receber os treinos do time titular. O jogo derradeiro, porém, ocorreu em 17 de fevereiro de 2013, quando o Grêmio venceu o Veranópolis por 1 a 0, com gol de Werley.
Desde julho do ano passado, o pátio do estádio tem sido usado como estacionamento de ônibus da Carris. Os veículos vão permanecer no local até setembro, às vésperas da efetivação da troca.
Quando o terreno deixar de ter o Grêmio como dono, o que restou do estádio será demolido. Para que isso ocorra, será necessário protocolar pedido na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams). A última autorização neste sentido foi dada em 2013, quando a OAS iniciou o processo de desmonte do estádio gremista.
Máquinas começaram a trabalhar na demolição em outubro de 2013 em algumas estruturas do estádio. Para quem passa ao lado, pelas avenidas Carlos Barbosa e Cascatinha, é possível ver o local em escombros.
A OAS chegou a cogitar implodir o Olímpico. Porém, alguns anos depois, a ideia foi abandonada.