Para não deixar passar em branco o momento oportuno, em que partidos definem os nomes para a disputa do Piratini, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) elaborou uma carta aberta aos postulantes das eleições de 2022 — e que inclui candidatos à Assembleia e ao Congresso. No documento, que terá versão entregue por entidades também de Santa Catarina e Paraná, é reforçada a relevância da atividade à economia e pontuados os temas considerados essenciais para o fomento do segmento. São cinco itens, que vão da infraestrutura ao sistema de inspeção das empresas.
— São temas que estão no nosso dia a dia, principalmente em momentos de crise, de dificuldade extrema. Fomos nos pontos mais chaves, que o programa de governo tem de incluir — justifica José Eduardo dos Santos, presidente-executivo da Aasgav.
O primeiro deles refere-se à necessidade de investir em projetos ferroviários e rodoviários que facilitem o abastecimento de grãos do Estado. Sem ser autossuficiente na produção de milho e acumulando três safras seguidas com perdas em razão da estiagem, o Rio Grande do Sul pagou um custo elevado para atender à demanda da indústria de proteína animal. A necessidade de compra externa (seja de outros Estados ou países) jogou luzes sobre a logística, razão pela qual se fala em melhorar as condições desses dois modais. Só neste ano, será preciso buscar fora 3,8 milhões de toneladas.
Também consta na relação, a disponibilização de linhas de crédito para reservar água, gerar energia solar e produzir biogás nas propriedades. Além de buscar mais regularidade à produção gaúcha de verão, esses investimentos a serem feitos pelo produtor (em energia) ajudam a diluir custos.
O terceiro ponto menciona o orçamento estadual, com a solicitação de que haja previsão para despesas relacionadas aos serviços oficiais de sanidade (animal e vegetal). A estrutura, nesse caso, busca assegurar a proteção de um diferencial de status que hoje é um diferencial competitivo do Brasil. O país nunca teve, por exemplo, casos de influenza aviária, problema que afeta outros rebanhos do mundo.
— Isso é vital, o contingenciamento está gritante. Se tiver problemas interligados à fragilidade do serviço, a dificuldade será maior — reforça Santos.
O quarto tema refere-se a infraestrutura: pede a ampliação da conectividade, da energia trifásica e da rede de biogás no campo. Por fim, menciona o projeto de lei 1.293/21, em tramitação, e que trata sobre o chamado autocontrole da inspeção de produtos de origem animal (esse um assunto que é alvo de polêmica, tanto na esfera estadual quanto na nacional).