Criada há dez anos e já com 80 projetos no portfólio, a Vagão Urbano está com uma nova empreitada agora. Usando contêineres, claro, ela está construindo "um pequeno shopping" a céu aberto em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O empreendimento foi batizado de Boxmall Moinhos e está virando franquia, conforme antecipou o programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha).
O centro comercial já tem 14 das estruturas marítimas que abrigam negócios, como uma pastelaria, cervejaria e um sushi. Mas o terreno tem espaço para 27 contêineres. Aliás, essa é uma vantagem importante, enfatiza o dono da Vagão Urbano, Everton Netto:
A construção moderna é rápida e enxuta
EVERTON NETTO
Dono da Vagão Urbano
— A modularidade nos permite construir aos poucos. O terreno está ali para ser ocupado. Conforme vamos fechando os negócios, o empreendimento cresce.
A ideia é espalhar a marca Boxmall pelo país por franquias, dando a ideia para quem tem um terreno e quer um negócio no local. Everton Netto conta que há uma colaboração entre os empreendedores que se instalam no centro comercial, dividindo internet, sistema de limpeza, segurança, assim como em um shopping tradicional.
— O negócio parte de duas lojas e não tem limite. É adaptável. A construção moderna precisa ser rápida, enxuta e transportável.
Publicitário e tendo o irmão Jefferson Netto como sócio, Everton Netto lembra que levou dois anos para emplacar a primeira venda. Era preciso convencer a clientela das vantagens e da segurança de construir com contêiner. Após dez anos sendo usada para transporte naval, a estrutura é descartada e passa por uma vistoria. Viraria sucata, mas a Vagão Urbano compra e transforma. Ou seja, ainda tem a pegada sustentável.
Além disso, o isolamento térmico e acústico é feito de lã de garrafa pet. Cada metro quadrado usa 50 embalagens. A empresa oferece ainda instalação de telhado verde e sistema de recolhimento de água da chuva. Tanto que a Vagão Urbano negocia com o Sicredi uma linha de financiamento para clientes com taxa de juro semelhante à concedida para projetos de energia solar.
— O preço é menor e a construção leva 70 dias. Sendo que 60 dias são dentro da fábrica e só o restante ocorre no local da construção — acrescenta o empresário.
A empresa já comprou 350 contêineres, que têm durabilidade estimada em 100 anos. As estruturas viraram casas, restaurantes, lojas, posada e até uma academia de 600 metros quadrados em São Leopoldo, no Vale do Sinos. Segundo o empresário o metro quadrado com contêiner custa em média R$ 1,9 mil contra R$ 2,2 mil de uma construção tradicional.
Ouça na entrevista do Acerto de Contas os cuidados ao escolher uma construtora para uma obra com contêineres: