O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP) acolheu o indiciamento e denunciou o padre Diego da Silva Correa por estupro de vulnerável. A Polícia Civil de Guaíba concluiu o inquérito na manhã desta quarta-feira (18). O religioso está preso preventivamente desde 9 de dezembro.
— O Ministério Público viu a necessidade de acelerar esse encaminhamento para haver o julgamento o mais rápido possível — declarou o delegado Fabiano Berdichevski, que responde pela Delegacia de Guaíba, em entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha.
A investigação começou em outubro, quando a familiar de uma menina de 10 anos fez registro na polícia relatando suposto abuso sexual cometido pelo padre, que atuava na Paróquia Nossa Senhora de Fátima.
Conforme Berdichevski, testemunhas contaram que o padre andaria de carro com a criança, sem outro adulto presente, prática que é proibida pela Igreja Católica, e também que a menina passaria noites na casa paroquial.
— O padre negou as acusações. Apenas admitiu que tinha proximidade com a família da criança e que chegou a pagar material escolar, dava rancho, roupa e ajuda financeira — diz o delegado.
Foi como parte deste inquérito que a polícia fez buscas na casa paroquial. No local, dentro do roupeiro do padre, foram encontrados dois pendrives com imagens de pornografia infantil.
— Esse material foi encaminhado para perícia e o conteúdo está sendo analisado para materialidade de provas — informou o delegado responsável pelo caso.
Diego foi preso em flagrante, mas acabou solto depois de passar por audiência de custódia. No mesmo dia do flagrante, a Arquidiocese de Porto Alegre afastou o padre de suas funções.
Outros casos e prisão preventiva
Com a notícia da prisão, uma jovem procurou a polícia em Porto Alegre para também registrar ocorrência de estupro de vulnerável contra o padre. O fato teria ocorrido em 2020, quando ela tinha 13 anos e Diego atuava na Paróquia São Carlos, na Capital. Conforme o relato, ela teria sido obrigada a fazer sexo oral com o padre.
O registro motivou abertura de nova investigação contra Diego. Em 2021, ele já havia sido investigado por comportamento suspeito com crianças e adolescentes, mas nada foi comprovado.
A partir dos elementos colhidos na investigação, a polícia de Guaíba pediu a prisão preventiva do padre. Ele foi preso em 9 de dezembro. O inquérito sobre o estupro de vulnerável foi remetido à Justiça de Guaíba na terça-feira (17).
Em relação ao flagrante e apreensão dos pendrives, o padre já foi indiciado em outro inquérito no crime previsto no art 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente: "Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente".
Contraponto
Zero Hora tenta contato com a defesa de Correa. O espaço está aberto para manifestações.