Uma empresa gaúcha está desenvolvendo projetos para comércio e residências usando contêineres marítimos, que são descartados após dez anos de uso em transportes navais. A Vagão Urbano compra a estrutura e transforma em restaurantes, academias e até mesmo residências.
Já foram realizados 60 projetos, que usaram 300 contêineres. Há estruturas da empresa em 20 cidades do Rio Grande do Sul e também em outros três Estados brasileiros.
Além da compra dos contêineres, a empresa também faz o projeto de arquitetura. O serviço inclui ainda dos reparos iniciais até a instalação.
— Nós fazemos os reparos, pintura, abertura de janelas, colocação de vidros, tratamento de piso, além de instalação elétrica e hidráulica; e revestimento térmico e acústico. Deixamos tudo pronto para o cliente entrar e mobiliar para usufruir — explica o proprietário da Vagão Urbano, Everton Netto, que também assumiu recentemente o cargo de diretor da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV).
A empresa oferece algumas opções sustentáveis, como instalação de telhado verde, ventilação cruzada e sistema de recolhimento de água da chuva. Para o isolamento térmico da estrutura, pode ser usada lã de garrafa PET. Netto acrescenta que o uso de contêineres produz menos entulho e utiliza menos água do que as construções convencionais.
— O orçamento é fixo. Todo o projeto é calculado previamente junto com o cliente. As decisões são tomadas sob medida — acrescenta o empresário.
Cerca de 80% da execução do projeto é feita na fábrica da Vagão Urbano, em Portão. Depois, a empresa é responsável por instalar o contêiner, pré-pronto, no lugar indicado pelo cliente, onde são feitos os ajustes finais. O tempo de conclusão do projeto e instalação do contêiner leva, em média, 45 dias.
O preço varia conforme o projeto e os materiais usados, mas a média fica em R$ 45 mil, incluindo o preço de aquisição do contêiner. Um dos fatores que impacta no valor da compra da estrutura é a oscilação do dólar.
A empresa teve um faturamento de R$ 1,5 milhão em 2017. Foi um aumento de 20% na comparação com 2016.