A secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19, Rosana Leite de Melo, afirmou que a vacina desenvolvida para crianças de cinco a 11 anos é segura e se trata de uma ferramenta de proteção. A posição da secretária, que integra a equipe do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está presente em uma nota técnica enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana. As informações são do G1.
O documento foi elaborado como forma de subsidiar posição da Advocacia-Geral da União (AGU) em ação movida pelo PT, no STF, que cobra um cronograma de vacinação de crianças contra a covid-19. O ministro Ricardo Lewandowski concordou com o pedido da AGU e ampliou para 5 de janeiro o prazo para a definição desse cronograma.
"Antes de recomendar a vacinação [contra a] covid-19 para crianças, os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada", afirmou a secretária.
No documento, Rosana também destaca que a análise técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é feita de "forma rigorosa e com toda a cautela necessária" e que as vacinas contra a covid-19 estão sendo acompanhadas no "mais abrangente e intenso" programa de monitoramento de segurança da história do Brasil.
A posição da secretária contraria a fala do presidente Jair Bolsonaro (PL), que já fez várias críticas à vacina e colocou em dúvida a segurança do imunizante. Bolsonaro chegou a dizer que não sabe se vacinará a filha Laura, de 11 anos e que há "desconfiança" e uma "interrogação enorme" em relação a supostos efeitos colaterais das vacinas contra a covid em crianças.
Mesmo já havendo aval da Anvisa para incluir a faixa etária na campanha nacional, com uso da vacina da Pfizer, o Ministério da Saúde ainda não fez a definição. Uma consulta pública foi aberta para ouvir opiniões da sociedade civil.
No mundo, mais de 20 países já iniciaram a vacinação de crianças. A maior parte das nações tem usado da Pfizer, mas também são aplicados os imunizantes das chinesas Sinopharm e CoronaVac – no Brasil, produzida em parceria com o Instituto Butantan e no aguardo do aval da Anvisa para uso pediátrico.