O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems), Maicon Lemos, disse ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (27), que a entidade entende que não há necessidade de prescrição médica para vacinar crianças contra covid-19 e que provavelmente os municípios do RS não irão exigir o documento. O debate tomou forma após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, dizer que a pasta iria autorizar a imunização da faixa entre cinco e 11 anos de idade apenas com autorização expressa de um profissional da medicina.
— Quando a autoridade máxima para a autorização de imunobiológicos, vacinas no Brasil, a Anvisa se manifesta sobre a vacina que foi protocolada pelas indústrias farmacêuticas, enviada para análise, para aplicação em crianças entre cinco e 11 anos, é segura, está de acordo, nós entendemos que não há necessidade de solicitar atestado médico — resume Lemos.
O presidente do Cosems afirma que crianças com comorbidades deverão obter a autorização com seus pediatras, porém, segundo disse o entrevistado, o procedimento é comum nestes casos.
— Não temos que ter a preocupação de que (a vacina) trará problemas às nossas crianças. Na verdade, trará a solução, que é: ampliando este número de imunizados em um grupo que voltará a frequentar as escolas — aponta.
Lemos disse que o andamento da vacinação é de responsabilidade dos municípios, e que estes estão preparados para imunizar o novo grupo. Uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite da Secretaria Estadual da Saúde (CIB), prevista para iniciar às 17h desta segunda, discutirá com os municípios a necessidade da exigência imposta por Brasília.
O presidente do Cosems alerta que para a campanha de imunização avançar, o Ministério da Saúde deve garantir a compra dos imunizantes para 2022.
— Esperamos que Ministério da Saúde possa comprar o mais breve essas vacinas para vacinarmos a todos entre cinco e 11 anos — concluiu.
O ministério abriu, no último sábado (25), uma consulta pública para saber se a população aprova, ou não, a inclusão da faixa etária na campanha de vacinação. Especialistas são contrários ao chamamento, dizendo que, se o imunizante foi autorizado pelo Anvisa — órgão responsável pela aprovação de qualquer fármaco que entra no país —, ele é seguro.