
Policiais federais prenderam na manhã desta quinta-feira (23) um major da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal por participação dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro, em Brasília, quando as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidas e depredadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Claudio Mendes dos Santos foi capturado em Riacho Fundo, no Distrito Federal, na nona etapa da Operação Lesa Pátria — ofensiva permanente da Polícia Federal (PF) para identificar envolvidos nos ataques.
De acordo com a PF, o PM da reserva teria ensinado táticas de guerrilha para os participantes do acampamento montado em frente ao QG do Exército, em Brasília, além de ser um dos administradores dos recursos que financiavam as ações.
Até agora, 1.187 investigados foram formalmente denunciados, perante o Supremo Tribunal Federal, por ligação com a ofensiva antidemocrática de 8 de janeiro. Eles são acusados de crimes como associação criminosa armada; abolição violenta do Estado democrático de direito (golpe de Estado); dano qualificado contra o patrimônio da União; e deterioração de patrimônio tombado. As investigações continuam em curso.
Outras fases da operação
A primeira fase da Operação Lesa Pátria, no dia 20 de janeiro, prendeu cinco suspeitos de participação, incitação e financiamento nos atos golpistas. Entre eles "Ramiro dos Caminhoneiros", Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio.
Na segunda etapa da força-tarefa, policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista Antônio Cláudio Alves Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico no Palácio do Planalto.
A terceira fase da operação prendeu cinco pessoas, incluindo a idosa Maria de Fátima Mendonça, de 67 anos, que viralizou ao dizer em um vídeo que ia "pegar o Xandão". O sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecido como Léo Índio, foi alvo de buscas na mesma etapa.
No dia 3 de fevereiro, a PF abriu a quarta fase ostensiva da investigação e prendeu o empresário conhecido como Márcio Furacão, que se filmou ao participar da invasão ao Palácio do Planalto, e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como "Homem do Tempo", que fez vídeos subindo a rampa do Congresso Nacional e dentro do STF.
A oitava etapa da ofensiva teve o maior número de mandados - ao todo, 32 investigados tiveram prisão decretada. A 8ª fase capturou golpistas como a mulher apontada como responsável por pichar a estátua da Justiça localizada em frente ao Supremo Tribunal com a frase "perdeu, Mané" e o homem que teria levado, da Câmara dos Deputados, a bola assinada pelo jogador Neymar.