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Atos antidemocráticos
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Como foi o domingo de invasão de bolsonaristas radicais aos prédios dos Três Poderes em Brasília  

 Ataque fez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretar intervenção federal na área de segurança pública do DF

Vinicius Coimbra

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A invasão dos prédios dos Três Poderes em Brasília, no Distrito Federal, na tarde deste domingo (8), gerou desdobramentos no país e manifestações de autoridades em todo o mundo. O ataque fez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretar intervenção federal na área de segurança pública do DF. 

Até as 23h, pelo menos 300 manifestantes golpistas foram presos, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal. A ação teve origem em uma manifestação de grupos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que não aceitam o resultado das eleições de 2022 e pregam atos inconstitucionais, como intervenção militar.

Veja o resumo dos ataques em Brasília

Início das depredações

Por volta 15h, grupos de apoiadores de Bolsonaro iniciaram um ataque que culminou na invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).  Eles furaram o bloqueio feito pela polícia, que monitorava o protesto.

Segundo o jornal Estadão, relatórios de inteligência obtidos indicavam que ao menos cem ônibus com 3,9 mil pessoas chegaram a Brasília no sábado (7). A manifestação havia sido convocada pelas redes sociais durante a semana, como uma forma de protesto contra o resultado das eleição presidencial de 2022, na qual Bolsonaro foi derrotado por Lula no segundo turno.

O ocorreu com os alvos do ataque

No STF, vidros foram quebrados e pessoas batiam com pedaços de pau contra móveis. O grupo chegou a levar a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. No Palácio do Planalto, obras de arte, portas e uma mesa de vidro foram quebradas. Móveis foram revirados e aparelhos eletrônicos, destruídos. No Congresso Nacional, vídeos mostram vândalos batendo contra cadeiras do plenário e subindo sobre a mesa da presidência da Câmara dos Deputados. 

O que a polícia fez para evitar 

A Polícia Militar do Distrito Federal foi alvo de críticas por não ter evitado a invasão dos prédios. Em imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ver agressões aos servidores, que utilizaram sprays de pimenta, bombas de efeito moral para impedir o ataque. A atuação da PM fez o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), exonerar o secretário de Segurança, Anderson Torres. O ministro da Justiça, Flávio Dino, responsabilizou o governo do DF sobre os atos de vandalismo. 

Quais atitudes foram tomadas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal. A medida tem validade até 31 de janeiro. O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Cappelli, assumiu como interventor. Essa medida será analisada pelo Congresso nesta segunda-feira, que foi convocado pelo presidente Rodrigo Pacheco.  

Lula, que estava no interior de São Paulo à tarde, chegou à noite em Brasília e vistoriou os prédios atacados pelos bolsonaristas.

O que as autoridades disseram

A  invasão aos prédios foi motivo de manifestações de autoridades de todo o mundo.  O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, escreveu que "condena o atentado à democracia e à transferência pacífica do poder no Brasil. As instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser abalada. Estou ansioso para continuar a trabalhar com o presidente Lula". 

O presidente francês, Emmanuel Macron, ressaltou que a vontade do povo brasileiro deve ser respeitada e ofereceu o apoio incondicional ao presidente Lula. Presidente argentino, Alberto Fernández, que também preside o Mercosul, disse que colocou em alerta os países-membros em razão da "inaceitável reação antidemocrática" que ocorre no Brasil. 

O chileno Gabriel Boric, ao citar os "impressionantes ataques aos Três Poderes do Estado brasileiro por parte de bolsonaristas", ressaltou que o governo do Brasil conta com o respaldo chileno frente ao "covarde e vil ataque à democracia".

Como será a segunda-feira em Brasília

Até o dia 31 de janeiro, a segurança pública no Distrito Federal deve ficar sob responsabilidade do governo federal devido ao decreto de intervenção. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sugeriu uma reunião entre os Três Poderes na segunda-feira. 

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