O ministro da Justiça, Flávio Dino, responsabilizou o governo do Distrito Federal pelas invasões do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) neste domingo (8). Em pronunciamento em Brasília, Dino disse que havia uma determinação para que a Esplanada dos Ministérios permanecesse isolada e essa medida foi alterada na noite de sábado (7) pela gestão do governador Ibaneis Rocha:
— Houve uma tentativa de grave de destruição do Estado democrático de direito. Os dias que antecederam esses episódios que envolvem o governo do DF. Houve reuniões bilaterais e o governo do DF informou que o que lhe cabe, a garantia da ordem pública, estava adequada. Tivemos uma mudança de orientação administrativa, onde o que não comportava entrada de pessoas na Esplanada, foi alterada na úlitma hora. Ainda assim, havia, na visão do governo do DF , (convicção) de que a situação estaria sob controle. O governador Ibaneis, ao pedir desculpas públicas, está reconhecendo que algo deu errado nesse planejamento. Quero crer que vai apurar quem são aqueles que não cumpriram seus deveres constitucionais.
Respondendo a perguntas, Dino esclareceu que, administrativamente, a decisão de sábado à noite não foi a melhor por parte do governo Ibaneis isso levou à determinação de intervenção federal na segurança pública do DF.
— Não vejo até o momento que o governador tenha sido conivente, mas que tenha sido levado a tomar decisões erradas a partir de informações equivocadas que lhe passaram, como no caso de liberar o acesso à Esplanada dos Ministérios, o que levou a decisões desastrosas. Não tenho razão para presumir ma-fé.
Segundo Dino, por parte do governo federal foi convocada a Força Nacional para atuação no Distrito Federal em razão da chegada de dezenas de ônibus com militantes bolsonaristas a Brasília:
— A Polícia Federal não é polícia ostensiva, é judiciária. Deeterminei ontem (sábado) a convocação da Força Nacional para que houvesse um complemento à polícia local. infelizmente, por conta dessa mudança de planejamento e omissões que serão apuradas, esse complemente se mostrou insufuciente.
O ministro citou que a primeira prioridade foi a evacuação dos prédios, seguida da prisão dos participantes das invasões. O próximo passo é a adoção de medidas contra os financiadores:
— A partir de amanhã (segunda-feira), todos serão identificados. Já temos as listas de ônibus, dos passageiros, de quem pagou.
Segundo Dino, cerca de 200 pessoas haviam sido presas até as 20h30min e a ação já estava sendo realizada sob comando do interventor Ricardo Cappelli.
— Lamentamos que o patrimônio do povo brasileiro tenha sido dilapidado. Isso não se trata de continuidade do processo eleitoral, é terrorismo, é golpismo — reforçou o ministro.