Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta sexta-feira (20), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, fez um balanço sobre este ano no RS.
A reconstrução após a enchente que atingiu fortemente o Estado foi um dos assuntos tratados. Ele destacou a importância das moradias provisórias e as intervenções nas rodovias.
Confira trechos:
Rodovias
Leite destacou que no período crítico da enchente foram registrados 550 pontos de bloqueio nas estradas e rodovias do Rio Grande do Sul. Atualmente, segundo ele, são 50.
Sobre isso, o governador disse que ao longo do ano foi feito levantamento das rodovias mais afetadas e estudos técnicos para, depois, encaminhar a contratação das empresas responsáveis pela realização das obras o que, segundo ele, deve acontecer no início de janeiro:
— Estamos encerrando um processo para fazer o encaminhamento de contratação de R$ 1 bilhão em intervenções em 15 lotes de rodovias. A gente espera nas próximas semanas encaminhar a contratação desses 15 lotes, ou seja, até o início de janeiro conseguir contratar esses lotes das rodovias mais críticas do Estado — afirmou Leite.
Habitação
Seis meses após a enchente, quase 800 pessoas ainda estão vivendo em abrigos. Esse, de acordo com Leite, é um dos temas mais complexos a serem resolvidos.
Segundo o governador, é preciso fazer preparação de terreno, analisar o contexto social das pessoas e identificar áreas que não sejam de risco:
— Não é simplesmente pegar as pessoas, joga para lá, fazer uma casa, entregar de qualquer jeito. Você tem realidades distintas, em lugares distintos.
Educação
Para o próximo ano, o governador Eduardo Leite disse que pelo menos 30% das escolas estaduais de Ensino Médio serão de tempo integral.
Outra ação para 2025 citada por ele é a distribuição de uniformes para todos os alunos da rede estadual.
— Tem meta para a Secretaria da Educação como um todo, para cada regional, e para cada uma das escolas em termos de desempenho e o plano de trabalho que vai levar aquele desempenho. Estou com muito otimismo sobre 2025 na educação — afirmou.
Problemas nas contas públicas
Leite destacou os feitos do seu governo, como o pagamento dos salários em dia, mas elencou três questões como o que considera os principais problemas neste sentido do Estado: a questão da previdência, a dívida com a União e o estoque de precatórios.
Ferrovias
Sobre as ferrovias, Leite falou que há dificuldade para avançar sobre o tema, uma vez que há concessão federal vigente.
O valor necessário para renovar o sistema, de acordo com o ministério dos Transportes, Renan Filho, é de R$ 5 bilhões. Este custo, segundo o governador, não pode ser aportado pelo governo do RS:
— Valor de R$ 5 bilhões para aportar em ferrovias não temos a capacidade de fazer. Então, vamos ter de avançar nessa negociação com o governo federal para que se busque.
Futuro político
Perguntado sobre possível candidatura em 2026 para presidência da República, Leite se disse disposto a concorrer, justificando a situação atual do país.
Segundo ele, de um lado o Brasil está seguindo rumos "muito equivocados" na área econômica do país, e na outra via, há uma demonstração muito forte de radicalismo.
— Precisamos para o Brasil ter uma alternativa. Eu vou buscar ajudar a construir essa alternativa — afirmou.
O governador disse, porém, que candidatura não depende somente dele. Questionado sobre ida ao PSD, garantiu ainda que o futuro do partido está em discussão e não descartou uma possível fusão com a outra legenda.