A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (20), a Operação Lesa Pátria. São cumpridos oito mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos Estados de São Paulo (três de prisão e sete de busca), Rio de Janeiro (uma prisão e uma busca), Minas Gerais (uma prisão e uma busca), Goiás (uma busca), Mato Grosso do Sul (uma prisão e uma busca) e Distrito Federal (duas prisões e cinco buscas). Por volta das 10h, quatro dos mandados de prisão haviam sido cumpridos.
O objetivo da operação é identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os fatos ocorridos em 8 de janeiro, em Brasília. Nesse dia, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF foram invadidos e vandalizados por bolsonaristas.
São investigados os crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.
Operação no Pará
Em simultâneo, a Polícia Federal no Pará deflagrou a Operação Última Patrulha, para cumprir oito mandados de busca e apreensão contra seis "extremistas antidemocráticos" no Estado. As ordens foram expedidas pela 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Pará.
Segundo os investigadores, os alvos das buscas são suspeitos de "aderir, coordenar ou financiar" os atos golpistas em Brasília. Os suspeitos são investigados por prestar "auxílio material para tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais".
O inquérito que culminou na Operação Última Patrulha teve início com a análise de postagens em redes sociais. De acordo com a PF, os posts tinham dois objetivos principais: organizar caravanas de todas as regiões do País para Brasília, "para promover uma greve geral com a 'tomada' dos Três Poderes através da invasão dos prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, e assim instalar uma intervenção militar"; e fazer novos bloqueios de rodovias, além de ataques a refinarias, portos e aeroportos. A Polícia Federal monitorou grupos de excursões que partiram de Belém rumo à Brasília.