Grupos que defendem a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava-Jato se reuniram no final da tarde desta terça-feira (23) no Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Por duas horas, cantaram e dançaram ao som de marchinhas entoadas pela La Banda Loka Liberal, vinculada ao Movimento Brasil Livre (MBL) – que auxiliou na realização do ato organizado pelo Vem Pra Rua.
Enquanto estavam no Parcão, os manifestantes aproveitavam o sinal vermelho das sinaleiras para estenderem faixas, cartazes e bandeiras pedindo a prisão do ex-presidente e saudando a sentença do juiz Sergio Moro – que condenou Lula a nove anos e seis meses. Um boneco inflável de mais de três metros de altura do petista vestido como presidiário foi acomodado na esquina da Avenida Goethe com a Rua Mostardeiro.
Às 20h, o grupo começou deslocamento em direção ao Hotel Sheraton, onde parte da cúpula do PT está hospedada. Iria Cabrera, coordenadora estadual do Movimento Vem Pra Rua, disse que a intenção era confrontar o acampamento montado pelos apoiadores de Lula no Anfiteatro Pôr do Sol com a hospedagem dos membros do partido.
— Enquanto eles fazem uma manifestação política, nós fazemos um ato pedindo que os critérios jurídicos sejam obedecidos. Esse movimento começou de forma despretensiosa. Esperávamos reunir umas 200 pessoas, mas chegamos a mil, 1,5 mil — disse.
A Brigada Militar não estimou o público presente ao ato.
Em frente ao hotel, o grupo voltou a chamar Lula de ladrão e, depois de 30 minutos, encerrou o protesto cantando o Hino Nacional. De volta ao Parcão, a manifestação continuou por 30 minutos, desta vez mais enfraquecida. Algumas pessoas dispersaram já no caminho de volta.
Veja como foi o ato no Parcão:
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Julgamento de Lula
Condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva terá sua apelação julgada pelo TRF4, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (24). A condenação é referente à denúncia na 13ª Vara Federal de Curitiba por supostamente ter recebido propina da construtora OAS em troca de favorecimentos à empreiteira em contratos na Petrobras. O suborno, no total de R$ 3,7 milhões, teria sido pago com a aquisição e reforma de um triplex no Guarujá (SP) e com o custeio do armazenamento de seu acervo presidencial.
Os advogados pedem a absolvição do petista, alegando que a condução do processo por Moro foi "parcial e facciosa". Já o MPF recorreu da decisão de Moro por entender que o ex-presidente deve ser punido por três atos de corrupção em concurso material — instrumento jurídico pelo qual as penas são somadas —, e não apenas por um crime de corrupção e um de lavagem de dinheiro como entendeu o juiz na sentença.
O ex-presidente será julgado pela 8ª Turma do TRF4, formada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator do processo, Leandro Paulsen, presidente da Turma e revisor, e Victor Luiz dos Santos Laus. Estão previstas manifestações favoráveis e contrárias ao ex-presidente em Porto Alegre, e foi montado um esquema de segurança especial. Seja qual for o resultado do julgamento — condenação ou absolvição —, o processo não se encerra nesta quarta-feira, já que cabem recursos ao próprio TRF4.
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