O ato desta terça-feira (23) na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá segurança reforçada pelos próprios militantes. Cerca de 2 mil voluntários, identificados com braçadeiras verdes – com a inscrição “segurança voluntária” –, vão ajudar a conter possíveis atos de violência durante o evento.
— Todos estão identificados e equipados com rádio para evitar provocações — diz Adelar Preto, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Responsável pela segurança do acampamento montado no Anfiteatro Pôr do Sol, Preto explica que não houve nenhum treinamento especial, apenas orientações orais. Se algum foco de violência contra os militantes for identificado, uma equipe será deslocada para tentar conter o avanço. Caso necessário, a Brigada Militar também será acionada pelos voluntários.
— Nosso objetivo é garantir a ordem interna e evitar violência contra o movimento. Há atenção para que nenhum companheiro caia em provocação ou algum infiltrado gere transtornos — explica.
No início da tarde desta terça, quase 400 voluntários estavam no acampamento para acompanhar a marcha, enquanto 120 já monitoravam a Esquina Democrática, destino da caminhada. Segundo o integrante do MST, mais 1,5 mil estarão no ato, trazidos por outras entidades – como a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
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Julgamento de Lula
Condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva terá sua apelação julgada pelo TRF4, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (24). A condenação é referente à denúncia na 13ª Vara Federal de Curitiba por supostamente ter recebido propina da construtora OAS em troca de favorecimentos à empreiteira em contratos na Petrobras. O suborno, no total de R$ 3,7 milhões, teria sido pago com a aquisição e reforma de um triplex no Guarujá (SP) e com o custeio do armazenamento de seu acervo presidencial.
Os advogados pedem a absolvição do petista, alegando que a condução do processo por Moro foi "parcial e facciosa". Já o MPF recorreu da decisão de Moro por entender que o ex-presidente deve ser punido por três atos de corrupção em concurso material — instrumento jurídico pelo qual as penas são somadas —, e não apenas por um crime de corrupção e um de lavagem de dinheiro como entendeu o juiz na sentença.
O ex-presidente será julgado pela 8ª Turma do TRF4, formada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator do processo, Leandro Paulsen, presidente da Turma e revisor, e Victor Luiz dos Santos Laus. Estão previstas manifestações favoráveis e contrárias ao ex-presidente em Porto Alegre, e foi montado um esquema de segurança especial. Seja qual for o resultado do julgamento — condenação ou absolvição —, o processo não se encerra nesta quarta-feira, já que cabem recursos ao próprio TRF4.
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