A quantidade de policiais da Brigada Militar (BM) posicionados em esquinas chama a atenção na área central de Porto Alegre, na manhã desta terça-feira (23), véspera do julgamento do ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
Desde as 5h, centenas de policiais também percorrem a região em motos e viaturas. Duplas e trios de brigadianos circulam a pé. A medida também abrange o bairro Cidade Baixa. É o caso da Avenida Loureiro da Silva, onde a reportagem avistou pelo menos 15 policiais fazendo o patrulhamento em um curto espaço.
No entorno do prédio do TRF4, o número de policiais é ainda maior, inclusive com a Força Nacional. A partir das 17h, várias ruas no entorno do Parque Mauricio Sirotsky Sobrinho estarão fechadas. Um amplo perímetro de segurança será feito pela BM para garantir a segurança no dia da sessão. Os bloqueios seguem até o fim do julgamento.
Nesta área, que será protegida por grades, viaturas, helicópteros e embarcações no Guaíba, não será permitido o acesso de pessoas e veículos sem autorização.
Julgamento de Lula
Condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva terá sua apelação julgada pelo TRF4, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (24).
A condenação é referente à denúncia na 13ª Vara Federal de Curitiba por supostamente ter recebido propina da construtora OAS em troca de favorecimentos à empreiteira em contratos na Petrobras. O suborno, no total de R$ 3,7 milhões, teria sido pago com a aquisição e reforma de um triplex no Guarujá (SP) e com o custeio do armazenamento de seu acervo presidencial.
Os advogados pedem a absolvição do petista, alegando que a condução do processo por Moro foi "parcial e facciosa". Já o MPF recorreu da decisão de Moro por entender que o ex-presidente deve ser punido por três atos de corrupção em concurso material — instrumento jurídico pelo qual as penas são somadas —, e não apenas por um crime de corrupção e um de lavagem de dinheiro como entendeu o juiz na sentença.
O ex-presidente será julgado pela 8ª Turma do TRF4, formada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator do processo, Leandro Paulsen, presidente da Turma e revisor, e Victor Luiz dos Santos Laus. Estão previstas manifestações favoráveis e contrárias ao ex-presidente em Porto Alegre, e foi montado um esquema de segurança especial. Seja qual for o resultado do julgamento — condenação ou absolvição —, o processo não se encerra nesta quarta-feira, já que cabem recursos ao próprio TRF4.
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