A chuva que chegou ao Rio Grande do Sul no último domingo (21) segue sobre o Estado até a próxima quinta-feira (25). A instabilidade, que vem da Argentina e do Paraguai, também causa reflexos em Porto Alegre. Para a quarta-feira (24), data em que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) vai julgar apelação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava-Jato, a Capital deverá registrar pancadas fortes, mas isoladas. Ao longo do dia, poderão ser registrados períodos de melhoria intercalados com precipitações, conforme a Somar Meteorologia.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado informou que o esquema de segurança montado pelo Gabinete de Gestão Integrada (GGI), apresentado em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (22), segue o mesmo, independentemente das condições climáticas no dia da sessão no TRF4. Segundo a SSP, o mau tempo poderia atrapalhar o trabalho das aeronaves, mas isso não deverá ocorrer, pois os voos no perímetro "serão pontuais". O GGI — composto por órgãos estaduais, federais e municipais — foi instalado para organizar a megaoperação de segurança que visa evitar distúrbios no dia do julgamento.
O presidente estadual do PT, deputado federal Pepe Vargas, afirmou que a possibilidade de chuva não deverá causar mudanças nos atos em favor de Lula, programados para quarta-feira (24). No Anfiteatro Pôr do Sol, ponto de concentração dos apoiadores do ex-presidente, barracas e abrigos improvisados com lonas já estão instalados.
— A previsão de chuva não muda nada. Nossos atos costumam sem em locais abertos. Então se tiver chuva, vão ocorrer na chuva — assegurou Vargas.
Também na quarta-feira, o Movimento Brasil Livre (MBL) vai realizar, em parceria com a Banda Loka Liberal, o "CarnaLula", evento para comemorar eventual confirmação da condenação do petista. GaúchaZH tentou contato com a coordenação do MBL para verificar se existe possibilidade de alteração no ato em razão da chuva, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Julgamento de Lula
Condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silvaterá sua apelação julgada pelo TRF4, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (24). A condenação é referente à denúncia na 13ª Vara Federal de Curitiba por supostamente ter recebido propina da construtora OAS em troca de favorecimentos à empreiteira em contratos na Petrobras. O suborno, no total de R$ 3,7 milhões, teria sido pago com a aquisição e reforma de um triplex no Guarujá (SP) e no custeio do armazenamento de seu acervo presidencial.
Os advogados pedem a absolvição do petista, alegando que a condução do processo por Moro foi "parcial e facciosa". Já o MPF recorreu à decisão de Moro por entender que o ex-presidente deve ser punido por três atos de corrupção em concurso material — instrumento jurídico pelo qual as penas são somadas — e não apenas um crime de corrupção e um de lavagem de dinheiro, como entendeu o juiz na sentença.
O ex-presidente será julgado pela 8ª Turma do TRF4, formada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator do processo, Leandro Paulsen, presidente da Turma e revisor, e Victor Luiz dos Santos Laus. Estão previstas manifestações favoráveis e contrárias ao ex-presidente em Porto Alegre, e foi montado um esquema de segurança especial. Seja qual for o resultado do julgamento — condenação ou absolvição —, o processo não se encerra nesta quarta-feira, já que cabem recursos ao próprio TRF4.
Tour 360°
Arraste a imagem para explorar todos os ângulos e clique nas setas para navegar pelos diferentes ambientes. Se estiver usando um celular ou tablet, clique aqui para ter uma melhor experiência.
Está com problemas para visualizar? Clique aqui.