Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a senadora Gleisi Hoffmann confirmou que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva estará em Porto Alegre nesta terça-feira (23) – véspera do julgamento de sua apelação no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Sem divulgar maiores detalhes, Gleisi declarou que a vinda do petista foi "uma decisão dele":
— Lula estará aqui amanhã (terça). Foi uma decisão dele. Não temos nenhum detalhe sobre horário de deslocamento — resumiu em entrevista coletiva na tarde desta segunda (22).
Lula deverá deixar Porto Alegre até o fim do dia. Segundo o vice-presidente nacional do PT, Alexandre Padilha, o ex-presidente desembarcará no Estado para agradecer pelas manifestações de apoio recebidas nos últimos dias. Contudo, deverá acompanhar em São Paulo, na quarta-feira (24), o julgamento do TRF4.
— Ele virá especialmente para agradecer, de coração, pela mobilização em Porto Alegre e pela solidariedade internacional — comentou Padilha.
Conforme o PT, o principal ato com a presença de Lula na Capital será na Esquina Democrática, no centro da cidade. No local, o ex-presidente deverá discursar ao lado de outros integrantes do partido.
— Ele vem, participa do ato e retorna à cidade de São Paulo — disse Padilha.
Julgamento de Lula
Condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva terá sua apelação julgada pelo TRF4, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (24). A condenação é referente à denúncia na 13ª Vara Federal de Curitiba por supostamente ter recebido propina da construtora OAS em troca de favorecimentos à empreiteira em contratos na Petrobras. O suborno, no total de R$ 3,7 milhões, teria sido pago com a aquisição e reforma de um triplex no Guarujá (SP) e no custeio do armazenamento de seu acervo presidencial.
Os advogados pedem a absolvição do petista, alegando que a condução do processo por Moro foi "parcial e facciosa". Já o MPF recorreu à decisão de Moro por entender que o ex-presidente deve ser punido por três atos de corrupção em concurso material — instrumento jurídico pelo qual as penas são somadas — e não apenas um crime de corrupção e um de lavagem de dinheiro, como entendeu o juiz na sentença.
O ex-presidente será julgado pela 8ª Turma do TRF4, formada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator do processo, Leandro Paulsen, presidente da Turma e revisor, e Victor Luiz dos Santos Laus. Estão previstas manifestações favoráveis e contrárias ao ex-presidente em Porto Alegre, e foi montado um esquema de segurança especial. Seja qual for o resultado do julgamento — condenação ou absolvição —, o processo não se encerra nesta quarta-feira, já que cabem recursos ao próprio TRF4.
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