O É isso mesmo?, mecanismo de checagem de GaúchaZH, entra em nova fase nesta quinta-feira (16), com foco na cobertura eleitoral. Para isso, ganha o reforço dos repórteres do Grupo de Investigação da RBS (GDI), que conferem as declarações dos candidatos ao governo do Estado no primeiro debate da campanha eleitoral para o governo do Rio Grande do Sul, na Rádio Gaúcha.
Participaram do debate, mediado por Daniel Scola, os candidatos Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (MDB), Julio Flores (PSTU), Mateus Bandeira (Novo), Miguel Rossetto (PT), Roberto Robaina (PSOL).
Confira, abaixo, declarações checadas pelos jornalistas Angela Chagas, Carlos Rollsing, Eduardo Matos, Fábio Almeida, José Luís Costa, Jocimar Farina e Juliana Bublitz:
José Ivo Sartori (MDB)
Estamos chegando no final deste ano a recuperar mil escolas no Rio Grande do Sul.
Não é bem assim
De acordo com informações da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), desde 2015 foram concluídas 905 obras em escolas estaduais, em sua maioria de reformas e ampliação da estrutura. Outras 687 obras estão em execução, mas a pasta não soube precisar quantas ficarão prontas até o fim do governo Sartori.
Parte das obras executadas este ano é decorrente de empréstimo feito pelo governo anterior, de Tarso Genro (PT), junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). Segundo a Secretaria da Educação, por meio desse convênio foram liberados R$ 44 milhões em 2015. A partir de 2016, houve mudança na forma de repasse, com recursos diretamente para escolas no valor de R$ 40 milhões no primeiro ano, R$ 40 milhões em 2017 e R$ 34 milhões em 2018.
Em 40 e tantos anos, nós sempre tivemos um elevado déficit. Apenas em sete ou oito anos tivemos receita maior do que a despesa ou igual a ela.
É verdade
De 1971 até 2018, segundo dados da Secretaria Estadual da Fazenda, só houve registro de superávit orçamentário em sete anos: 1978 (no governo Sinval Guazzelli, da Arena), 1989 (na gestão de Pedro Simon, do MDB), 1997 e 1998 (sob o comando de Antônio Britto, do MDB), 2007, 2008 e 2009 (na administração de Yeda Crusius, do PSDB). Nos demais 40 anos, o Estado gastou mais do que arrecadou, inclusive durante a gestão de José Ivo Sartori (MDB).
Nós investimos, no ano de 2017, 19% na segurança. Foi o único item que modificou no orçamento. E, neste ano, 16%.
Não é bem assim
Os patamares de 19% e 16% não se referem a investimentos na segurança, e sim ao aumento no orçamento da área de um ano para outro (2017 e 2018). Esse incremento, em grande maioria, foi necessário para dar conta do custeio da máquina pública, sobretudo da folha de pagamento, que cresceu devido a reajustes salariais dos servidores da segurança aprovados ainda no governo Tarso Genro. Gastos com custeio se referem a despesas para manter a estrutura funcionando. É diferente do investimento, caracterizado pela aplicação de novos recursos em obras de presídios e delegacias, criação de planos de prevenção à violência ou compra de equipamentos policiais, por exemplo.
As dificuldades financeiras historicamente reduzem a capacidade de investimento do Estado, conforme demonstra o último relatório e parecer prévio sobre as contas do governador do Estado já votado no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Segundo o documento, do exercício de 2016, os investimentos em segurança pública foram, naquele ano, de R$ 32,3 milhões. Enquanto isso, o orçamento total da segurança pública naquele ano foi de R$ 5,4 bilhões — ou seja, os investimentos de R$ 32,3 milhões significaram 0,6% do total orçado para a área.
Critérios de classificação
É verdade
A informação está correta e corresponde a dados e estatísticas oficiais.
Não é bem assim
Apenas parte da sentença está correta.
Não procede
O interlocutor está equivocado na informação que afirma.
Veja também
O GDI chegou as declarações dos outros candidatos presentes no debate. Confira: