O É isso mesmo?, mecanismo de checagem de GaúchaZH, entra em nova fase nesta quinta-feira (16), com foco na cobertura eleitoral. Para isso, ganha o reforço dos repórteres do Grupo de Investigação da RBS (GDI), que conferem as declarações dos candidatos ao governo do Estado no primeiro debate da campanha eleitoral para o governo do Rio Grande do Sul, na Rádio Gaúcha.
Participaram do debate, mediado por Daniel Scola, os candidatos Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (MDB), Julio Flores (PSTU), Mateus Bandeira (Novo), Miguel Rossetto (PT), Roberto Robaina (PSOL).
Confira, abaixo, declarações checadas pelos jornalistas Angela Chagas, Carlos Rollsing, Eduardo Matos, Fábio Almeida, José Luís Costa, Jocimar Farina e Juliana Bublitz.
Miguel Rossetto (PT)
O presidente Lula e a presidenta Dilma investiram muito no Rio Grande do Sul, muito. Nós investimos nas universidades públicas, está aí a Unipampa, a Universidade da Fronteira Sul. Milhares de jovens estudando. Os institutos federais, mais de 30.
É verdade
As universidades federais do Pampa (Unipampa) e da Fronteira Sul (UFFS) foram instituídas durante a gestão de Lula, a partir de 2008. No mesmo período foram criados os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. O Estado conta com três institutos, e não "mais de 30" como o candidato afirmou. Quando levados em conta o número de campi de cada instituição no Estado, aí sim o número ultrapassa 30.
(O plano de recuperação fiscal) Joga a dívida do Estado, que é grande, pra frente, com juros e correção monetária. Portanto, não é nenhuma redução da dívida. Vende patrimônio público e proíbe, neste acordo, contratação de policiais e professoras.
Não é bem assim
O candidato acerta ao afirmar que o plano de recuperação fiscal não prevê perdão da dívida e joga o pagamento para o futuro, em valores corrigidos. Mas é imprecisa a afirmação de que proíbe a contratação de policiais e professoras.
O inciso 4º do artigo 8º da lei complementar nº 159, de 19 de maio de 2017, que institui o regime de recuperação fiscal, diz que é vedada ao Estado, durante a vigência do acordo, "a admissão ou a contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa e aquelas decorrentes de vacância de cargo efetivo ou vitalício". Ou seja, é permitida a contratação de policiais e professores desde que para suprir cargos efetivos ou vitalícios que estejam vagos. É o caso, por exemplo, de servidores que se aposentam.
Um Estado com desemprego: 510 mil trabalhadores desempregados neste Estado.
É verdade
Pesquisa do IBGE recentemente publicada informou que o RS fechou o primeiro trimestre de 2018 com população de desempregados estimada em 510 mil pessoas. Já no segundo trimestre de 2018, o Estado registrou 494 mil sem emprego, também segundo o IBGE.
Critérios de classificação
É verdade
A informação está correta e corresponde a dados e estatísticas oficiais.
Não é bem assim
Apenas parte da sentença está correta.
Não procede
O interlocutor está equivocado na informação que afirma.
Veja também
O GDI chegou as declarações dos outros candidatos presentes no debate. Confira: