O É isso mesmo?, mecanismo de checagem de GaúchaZH, entra em nova fase nesta quinta-feira (16), com foco na cobertura eleitoral. Para isso, ganha o reforço dos repórteres do Grupo de Investigação da RBS (GDI), que conferem as declarações dos candidatos ao governo do Estado no primeiro debate da campanha eleitoral para o governo do Rio Grande do Sul, na Rádio Gaúcha.
Participaram do debate, mediado por Daniel Scola, os candidatos Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (MDB), Julio Flores (PSTU), Mateus Bandeira (Novo), Miguel Rossetto (PT), Roberto Robaina (PSOL).
Confira, abaixo, declarações checadas pelos jornalistas Angela Chagas, Carlos Rollsing, Eduardo Matos, Fábio Almeida, José Luís Costa, Jocimar Farina e Juliana Bublitz.
Roberto Robaina (PSOL)
Na Assembleia foi aprovada uma isenção fiscal de R$ 380 milhões para o segundo homem mais rico do RS, o senhor Lírio Parisotto. (...) Cuja contrapartida desse cidadão, dono da Videolar, era gerar cinco empregos.
É verdade
A Videolar-Innova, localizada no Polo Petroquímico de Triunfo, foi beneficiada, em 2016, com isenção fiscal de R$ 373.028.876,29 (cálculo atualizado em 16 de agosto de 2018, pelo valor da Unidade de Incentivo do Fundopem/RS). Conforme o secretário executivo do Conselho Diretor do Fundopem, Nery dos Santos Filho, o empreendimento não recebeu toda essa isenção ainda. Explica que ela precisa comprovar os investimentos com notas fiscais, contratos com construtoras e equipamentos instalados e funcionando, por exemplo.
Santos Filho também destaca que nem todo o valor aprovado foi liberado, porque ainda falta a aprovação de alguns projetos. Até o momento, segundo ele, a desoneração está em R$ 114.135.144,77. Quanto ao volume de empregos, a empresa se comprometeu realmente em criar cinco postos de trabalho na fase de preparação para o projeto principal de ampliação da planta industrial.
O senhor mesmo (Sartori) começou o governo reajustando seu salário em 45%, um reajuste do salário dos deputados em 29%, e não reajusta o salário dos professores.
Não é bem assim
Em 16 de janeiro de 2015, portanto 15 dias depois de assumir o Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori (MDB) sancionou projetos aprovados em dezembro de 2014 pela Assembleia, que reajustavam os salários dele, do vice, de secretários, deputados estaduais, membros do Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado e da Defensoria Pública. O reajuste do governador foi de 45,97% (R$ 17,3 mil para R$ 25,3 mil) e o dos deputados foi de 26,34% (de R$ 20.042,34 para R$ 25.322,25).
No entanto, três dias depois, devido às críticas, Sartori voltou atrás e decidiu devolver o valor excedente aos cofres do Estado. Desde então, todos os meses, ele devolve R$ 4,6 mil. O vice, José Paulo Cairoli (PSD), adotou a mesma posição. Os próximos governadores e vices, contudo, poderão receber o valor cheio, se assim desejarem, porque o reajuste não foi cancelado.
O nível de resolutividade dos crimes, por exemplo, de homicídio, é de menos de 10%.
Não procede
De acordo com o Anuário 2017 da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, o índice de elucidação de homicídio no Estado se aproxima de 80%. Em relação à resolutividade de latrocínios entre 2013 e 2017, o documento informa que o percentual alcançou 84%.O mesmo anuário aponta que um mutirão para apurar 2.847 homicídios, cometidos entre 1998 e 2013, elucidou 41,87% dos casos, e de 62 latrocínios, no mesmo período, elucidou 37,1%. Em Porto Alegre, conforme o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), entre 2012 e 2017, o índice de resolução de homicídios aumentou em 64%.
Critérios de classificação
É verdade
A informação está correta e corresponde a dados e estatísticas oficiais.
Não é bem assim
Apenas parte da sentença está correta.
Não procede
O interlocutor está equivocado na informação que afirma.
Veja também
O GDI chegou as declarações dos outros candidatos presentes no debate. Confira: