Ex-secretária de Saúde, a prefeita eleita de Eldorado do Sul, Juliana Carvalho (PSDB), elegeu a proteção à cidade e a atenção à saúde mental da população como prioridades máximas de seu governo. Juliana está preocupada com o estresse pós-traumático nas 17 mil famílias afetadas diretamente pela enchente de maio. No mínimo, quer oferecer a cada cidadão a possibilidade de um diagnóstico para saber se precisam de atendimento psicológico.
Como sabe que as grandes obras de proteção às cheias demandam tempo, a futura prefeita cobra a dragagem do Rio Jacuí, já que a existe previsão de chuva forte em março de 2025.
Juliana, que venceu a eleição contra todas as forças políticas que comandam Eldorado do Sul desde a sua criação, está montando uma equipe majoritariamente técnica para administrar a cidade. Ela quer dar mais eficiência à gestão do município, com a digitalização de processos que hoje obrigam os contribuintes a procurarem a prefeitura para questões que podem ser resolvidas a distância. Uma das primeiras providências será retomar o turno integral na prefeitura.
— Não tem sentido manter o meio turno, que só dificulta a vida de quem trabalha e precisa dos serviços da prefeitura — afirma a prefeita eleita.
De Brasília, para onde viajou a fim de participar de um seminário para novos gestores, organizado pela Confederação Nacional de Municípios, Juliana disse à coluna que está preparada para os desafios e animada com as perspectivas que se abrem com a instalação da Scala (empresa de data center) em Eldorado do Sul:
— Se uma empresa desse porte escolhe Eldorado para se instalar, é um recado para outros empreendedores. Fomos a cidade mais afetada proporcionalmente no Rio Grande do Sul, mas vamos tirar Eldorado do lugar em que a cidade está para colocar no lugar em que ela merece estar.
Casas para as famílias sem lar
Antes de tomar posse, Juliana Carvalho espera que o governo do Estado aceite sua sugestão de construir casas provisórias em um terreno próximo ao Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, quase na divisa com Guaíba. A área de oito hectares é de propriedade do governo do Estado e poderia abrigar as moradias provisórias, como as que estão sendo instaladas no Vale do Taquari, e também casas definitivas para parte das 2,3 mil famílias que perderam tudo no município.