Preocupado com as consequências do assassinato de um líder de facção criminosa na triagem da Penitenciária Modulada de Canoas (Pecan 3), o governador em exercício, Gabriel Souza, convocou as forças de segurança para uma reunião neste domingo (24), no Palácio Piratini, e cobrou providências.
Além de exigir celeridade nas investigações sobre como uma pistola foi parar dentro da Pecan, Gabriel questionou o que está sendo feito para evitar que o episódio agrave a guerra entre facções, com novos crimes.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias do crime em que Jackson Peixoto Rodrigues, o Nego Jackson, foi morto com sete tiros por Rafael Telles da Silva, o Sapo.
Ao secretário responsável pelo sistema penitenciário, Luiz Henrique Viana, caberá apurar, por meio de um procedimento administrativo disciplinar (PAD), as responsabilidades pelo ingresso da arma na Pecan e pela vulnerabilidade que permitiu que um detento cometesse o crime.
A suspeita é de que arma entrou na Pecan com uso de um drone, mas Gabriel é cauteloso em relação a essa hipótese:
— Antes de concluir o inquérito é prematuro tirar qualquer conclusão.
Gabriel questionou o secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, e o comandante da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli, sobre o que está sendo feito para coibir o acirramento da guerra de facções. Ouviu que todas as providências foram tomadas para evitar retaliações.
Pecan deveria ser uma penitenciária modelo
Quando foi concebida, no governo de Yeda Crusius, a Pecan deveria ser uma penitenciária modelo, com bloqueadores de celular, contato mínimo entre presos e agentes penitenciários e possibilidade de os detentos trabalharem. Além disso, não deveria abrigar líderes de facções.
Por ser a única penitenciária em que o bloqueador funciona, passou a receber presos que ordenavam execuções de dentro dos presídios, até que seja concluído o módulo de segurança máxima na PASC, em Charqueadas, mas acabou revelando o desvirtuamento do projeto original.