Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo PARIT S/A
Há energia no ar. Um clima incompreensível para alguns, que cria angustia em outros por tudo o que se passa no país a partir de um novo comportamento do governo recém empossado. São ideias novas e que não tinham chance nestes últimos anos, quando a nação foi conduzida para um caos econômico tendo como indicador básico um desemprego na ordem de 13 milhões de pessoas e um déficit bilionário nas contas governamentais.
Ao mesmo tempo, os brasileiros vivem a transição das tecnologias de comunicação. Antes, a informação demorava, ela era obtida, adaptada, editada e distribuída por quem tinha o poder e a tecnologia para isso. Na Copa de 58, a informação chegou apenas via rádio e filmes. Nas de 62 e 66, por fitas de vídeo que eram retransmitidas por TV dois dias depois de cada jogo. Já a Copa de 70 chegou ao vivo e a cores, usando-se satélite.
Dali pra frente, as coisas foram melhorando, mas o poder de gerar notícia ficava sempre com as empresas de TV e jornal com a informação vindo de um só lado. Aí, para desespero de muitos, chega a internet e, com ela, democratiza-se a comunicação entre os cidadãos do mundo e cada um de nós vira um emissor de informação, livre para divulgar o que quiser e conectar-se em quem desejar ouvir. Textos, fotos e vídeos são gerados pelos cidadãos e imediatamente postados para o mundo.
Pois bem, este novo ambiente se manifestou com força absoluta nas últimas eleições do Brasil, para verdadeiro pavor de quem orçava e vendia controle e distribuição de informação. Houve uma desvalorização enorme dos canais convencionais de comunicação, que passaram a ter o desafio da inovação pelas redes sociais. O presidente eleito, por exemplo, não tinha nada do tempo de televisão reservado aos candidatos, mas revolucionou usando as redes. Os meios de comunicação convencionais estão, em média, 24 horas atrasados em termos de notícia nas redes sociais. A imprensa, por seus editores, não consegue cadenciar mais nada e é simplesmente atropelada pela cidadania que testemunha. Isto é uma mudança absurda de modo de operar. A reação é imediata e o desentendimento é algo notável, e ele se expressa intenso nas redes sociais com efeitos imprevisíveis.
A Lava-Jato e o resultado das eleições com renovação de ideias e ideais, doa a quem doer, satisfaça a quem assim achar, vão mudar o Brasil e gerar uma crise que é a única oportunidade que este país tem de escapar de um destino venezuelano. Participem...