Na manhã desta quinta-feira (20), o Ministério Público cumpre mandados de busca e apreensão em em residências e sedes de empresas de Porto Alegre, Eldorado do Sul e Viamão em investigação sobre a gestão de Vitorio Piffero no Inter, entre 2015 e 2016.
O órgão apura a ocorrência de crimes de apropriação indébita, estelionato, organização criminosa, falsidade documental e lavagem de dinheiro no período.
O assunto já foi tema de uma série de reportagens do Grupo de Investigação, publicada em GaúchaZH e Zero Hora a partir do dia 23 de março. Confira as matérias:
Primeira matéria da série fala sobre o dinheiro que foi sacado da tesouraria do clube a título de adiantamentos e não teve a devida comprovação de despesa, sendo que R$ 9,9 milhões teriam sido aplicados em obras no Estádio Beira-Rio, construções não encontradas por consultorias contratadas para analisar as contas da gestão.
Em mais de 670 páginas, auditoria contratado pelo Conselho Deliberativo do Inter listaram inconsistências contábeis como prestações de contas pendentes, saques sem a comprovação adequada e falta de assinaturas dos beneficiários.
Veja as ligações entre as empresas pagas na gestão Piffero por obras não encontradas por consultoria
Entre os problemas apontados pela auditoria, está a contratação de empreiteiras para execução de obras que somaram R$ 9,9 milhões — e que não foram encontradas por consultorias que analisaram as contas. O GDI constatou que as empresas têm ligações entre si e usam o mesmo escritório de contabilidade.
Uma quinta empresa — além das quatro que receberam R$ 9,9 milhões entre 2015 e 2016 — surgiu na lista de prestadores de serviço do Inter sob suspeita de ter se beneficiado de pagamentos sem realizar nenhum trabalho.
A empresa Keoma Construção, Incorporação e Planejamento, uma das quatro que receberam R$ 9,9 milhões do Inter entre 2015 e 2016 por obras não identificadas no complexo Beira-Rio, enviou nota ao Grupo de Investigação da RBS (GDI) dizendo que estava inativa durante a gestão de Piffero sob análise, afirma desconhecer o preenchimento de notas fiscais e a execução de qualquer obra para o Inter.
Pedro Affatato, ex-vice-presidente de Finanças, juntou documentos fiscais da Rodoseg, de propriedade de seu irmão, e prática é vetada pela lei federal que criou o Profut.
Pedro Affatato e Emídio Ferreira deram aval a notas da Keoma Construção, Incorporação e Planejamento, emitidas para cobrar do clube valores por serviços não encontrados pela consultoria EY.
Edson Joel Rodrigues diz que tinha como função a parte operacional, com atuação nos canteiros de obras. Segundo ele, a contabilidade ficava a cargo do sócio e engenheiro Ricardo Bohrer Simões
Elo entre construtoras e o clube, engenheiro atuava em empresas de Emídio Marques Ferreira, vice-presidente de Patrimônio em 2015 e 2016.
O que os investigados disseram
Ex-dirigente se manifestou sobre suspeita de irregularidades em gastos de R$ 18 milhões
Presidente diz que críticas à gestão são resultado do rebaixamento à Série B