O dólar abriu em baixa nesta terça-feira (14), cotado a R$ 6,07, e fechou a R$ 6,06. A moeda norte-americana chegou ao valor mínimo de R$ 6,03 ao longo da manhã. À tarde, a cotação se manteve em R$ 6,05. O dólar fechou a segunda-feira (13) em R$ 6,09, após oscilação para cima e para baixo ao longo do dia.
Conforme analistas, o aumento do petróleo, que voltou a ser cotado acima de US$ 80 na segunda-feira, ajudou a conter a desvalorização do real.
Operando em patamar de alta histórica desde o final de 2024, o dólar influencia o preço de diversos produtos. Assim, comprar carro novo deve ficar mais caro neste ano por conta dos materiais utilizados na fabricação e de componentes importados.
Cotação do dólar ao vivo
Confira o gráfico da evolução da moeda, disponibilizado pela TradingView:
Valor do dólar atualizado
Dólar comercial: R$ 6,05
Máxima dólar comercial: R$ 6,08
Projeção em 2025
A escalada a patamares históricos teve início no fim de novembro, quando o dólar chegou à marca dos R$ 6 pela primeira vez. O pico respondeu à declaração de Haddad, que anunciou isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Em dezembro, o valor nominal da moeda em relação ao real atingiu o seu recorde histórico, chegando à marca de R$ 6,26.
O crescimento do valor do dólar em 2024 foi o maior desde 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19. Em 30 de dezembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como "corretas" as intervenções do Banco Central (BC) no mercado de câmbio.
De acordo com especialistas, boa parte dos fatores que levaram ao crescimento do dólar no ano passado devem se manter em 2025. Em sua maioria, acreditam que a cotação da moeda deve se estabilizar neste patamar mais elevado, mas projetam pelo menos uma leve queda no valor nominal.
O que tende a ficar mais caro com o dólar alto?
Com a moeda americana em alta, itens consumidos na rotina dos brasileiros tendem a subir de preço diante do aumento de custos na produção e importação.
O efeito é espalhado e pode ir desde gasolina, pão e café mais caros até dificuldade para concretizar viagens internacionais. Com preços mais altos dentro da economia do país, a inflação tende a acelerar, segundo especialistas.
Na prática, o dólar mais alto costuma ter um primeiro efeito na produção. Em seguida, com a necessidade de repassar parte do aumento de custos, os consumidores enfrentam valores mais altos no varejo. Com isso, a inflação segue persistente.
O economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), afirma que o câmbio pressiona o preço de itens comercializados mundialmente, que podem ser importados ou exportados.
— É uma questão que pode ganhar cada vez mais impulso à medida que o câmbio vem batendo novos recordes e se consolidando em patamar cada vez mais alto. À medida que o tempo passa, as transações comerciais vão acontecendo com uma nova taxa de câmbio e isso vai sendo repassado gradualmente para os preços.