Trabalhar com práticas ESG é uma necessidade não apenas para as grandes corporações, mas também para micro e pequenas empresas, já que, segundo dados do Sebrae, em 2023, esses negócios foram responsáveis por 80% dos empregos formais no país.
Para auxiliar os empreendedores a aderirem ou aperfeiçoarem iniciativas ESG, o Sebrae oferece uma diversidade de soluções, como cursos que subsidiam o pequeno negócio para que ele entenda como consegue se adequar.
— O ESG já não é mais um diferencial, e sim uma necessidade para que os negócios se perpetuem na cadeia de valor, para que eles continuem atuando, que continuem fazendo parte do mecanismo da economia — explica Kelly Valadares, analista de Bioeconomia Regenerativa ESG do Sebrae RS.
Além de trabalhar iniciativas sustentáveis, como transição da matriz energética e redução de resíduos, o Sebrae também promove ações para abordar a necessidade de diversidade, com capacitações para que os empreendedores se tornem lideranças inclusivas. O objetivo, segundo Kelly, é formar líderes que se posicionem na questão de vagas positivas.
— Ajudamos a entender e alinhar o negócio com o propósito do seu cliente, a entender como o mercado está selecionando novos fornecedores. Automaticamente, acabamos promovendo maior competitividade, ajudando socialmente esses pequenos negócios e, sobretudo, preparando eles para atender grandes empresas.
Autodiagnóstico
O serviço de autodiagnóstico do Sebrae constatou, porém, que o pequeno empresário já faz muitas coisas alinhadas à agenda de práticas ESG, mas muitas vezes não sabe classificar em qual pilar da sigla se encaixa. Para um negócio que quer começar a implantação de práticas ESG, Kelly frisa que o primeiro passo deve ser entender a pauta. Para isso, o Sebrae disponibiliza e-books gratuitos (gzh.digital/ebooksebrae) para introduzir o pequeno empreendedor no meio.
— No autodiagnóstico, no portal do Sebrae, o empreendedor pode responder perguntas, sem consultor, para entender em que nível ele está e se ele já tem alguma prática implementada ou o quão longe ele está para poder dizer que é uma empresa com práticas ESG. Ou, ainda, de que forma pode aperfeiçoar.
Foi com o autodiagnóstico do Sebrae RS que Leandro Ancewski, 48 anos, percebeu que a sua empresa, a Indústria de Móveis Ancezki, de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, já tinha muitos dos seus processos alinhados ao ESG:
— Muitas coisas já estavam sendo feitas por nós sem termos conhecimento. E foi aí que ficamos mais motivados. Já tínhamos paineis fotovoltaicos para luz solar, já fazíamos o descarte correto de todos os nossos resíduos e já tínhamos boas práticas de convívio com as pessoas da empresa — destaca o empresário.
O trabalho de adequação começou no primeiro semestre deste ano após uma participação da empresa, que tem 31 anos, em uma feira realizada em Milão, na Itália. Voltando do evento, onde um dos assuntos centrais foi sustentabilidade, Leandro conta que começou a procurar artigos que falavam sobre o tema e, através de um programa do Sebrae que facilitava a implantação, o processo teve início.
Assim, foi feito um levantamento do que ainda era necessário para abranger todas as três letras do ESG e, agora, a empresa está montando um planejamento estratégico para 2025.
— O mundo é de todos e a responsabilidade de que ele continue, que ele permaneça em movimento, é nossa. As empresas, além do lucro financeiro, precisam dar alguma coisa para a comunidade e para o mundo em geral, então, precisamos ter empresas mais sustentáveis que tenham esses bons hábitos — conclui.