Na China, quase tudo pode ser resolvido em um único aplicativo: o Wechat. A plataforma digital, criada pela Tencent em 2011, é usada para troca de mensagens (como no WhatsApp), como mídia social (assim como Facebook e Instagram), para pagamento de contas via QR Code, marcação de consultas médicas, entretenimento e até mesmo para enviar currículos para empresas. Pouco conhecido no Brasil, o aplicativo conta com mais de um bilhão de usuários.
– Essa diversidade de funcionalidades é o nosso grande diferencial, que nos ajudará a competir com concorrentes fora da China – afirma Wang Yi, pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa da Tencent, um dos maiores conglomerados da China.
O Tencent Video, equivalente ao YouTube, é o serviço de transmissão com maior base de assinantes da China. O aplicativo Wechat já domina 34% do tráfego de dados no país. Pelo menos 1 milhão de lojas aceitam o Wechat Pay.
– Os serem humanos serão cada vez mais dependentes de assistentes virtuais. A colaboração entre homens e robôs no dia a dia já é uma realidade – destaca Yi.
Em 2017, a Tencent tornou-se a primeira empresa chinesa a ser avaliada em mais de US$ 500 bilhões, ultrapassando o Facebook como a quinta empresa mais valiosa do mundo. No mesmo ano, a companhia comprou 12% das ações da rede social Snapchat e 5% da Tesla, fabricante de veículos elétricos e baterias domésticas.
A Tencent é dona também de games populares mundialmente, como o Arena of Valor, o League of Legends e o Clash of Clans, jogado por meio do Facebook. No Brasil, os games representam a maior receita da companhia. E, embora não detalhe estratégias, o pesquisador da Tencent revela que a América Latina está na mira da empresa chinesa.
– O Brasil é um mercado enorme. Onde houver demanda, pretendemos expandir negócios – afirma Yi, acrescentando que o trunfo do Wechat são as funcionalidades adicionais ao Whatsapp, aplicativo de troca de mensagens mais usado no Brasil.