Se você está seguindo um regime para perder peso - ou já fez dieta alguma vez na vida -, provavelmente já comprou um alimento diet ou light na tentativa de acelerar o processo de emagrecimento. Mas será que você fez uma boa opção? E o que dizer dos alimentos "zero"?
De forma simples e prática, vamos entender o que cada uma dessas nomenclaturas quer dizer. Veja:
Light
São aqueles produtos que têm, pelo menos, 25% de redução de algum nutriente (gordura, açúcar, sódio) ou energia (calorias) quando comparados ao alimento processado convencional. É uma informação extra, que costuma ter destaque no rótulo do alimento. Por exemplo: iogurte light com 30% menos gorduras.
Diet
São produtos formulados para grupos com alguma condição de saúde alterada (como diabéticos ou hipertensos). Há algum tempo, eram considerados alimentos medicamentosos e vendidos sob orientação médica.
Apresentam, na sua composição, uma quantidade mínima ou são totalmente nulos de algum nutriente ou ingrediente. No caso de geleias para dietas com restrição de açúcar, por exemplo, o adoçante no lugar. Ou ainda produtos sem sódio para pacientes com pressão alta.
Zero
Tem características parecidas com as dos alimentos diet. Na prática, é apenas uma nova forma de chamar o diet.
Opção mais saudável? Nem sempre
Para saber por qual optar, é preciso estar atento aos rótulos para entender o que está sendo modificado na fórmula e qual o impacto disso no corpo. Aliás, nenhuma dessas versões garante que o produto a ser comprado é saudável ou com baixas calorias – quase nunca é, por se tratar de um alimento ultraprocessado.
Sempre que retiramos algum ingrediente, precisamos equilibrar adicionando outros para manter as características agradáveis e semelhantes entre o produto especial e o convencional. Quer exemplos? Os chocolates diet têm zero açúcar - e são ideais para quem é diabético -, mas contêm adoçantes, aumento de gordura e, algumas vezes, de sódio. Também costuma ter mais calorias do que o chocolate tradicional.
Alguns dos produtos light têm redução de gordura, mas também apresentam aumento de carboidratos. Quando você reduz a gordura, o produto fica “sem graça” - então, são adicionados carboidratos para aproximar o sabor e a textura da versão tradicional. Esse processo é bastante comum em iogurtes, o que acaba sendo uma troca nada interessante. O consumo de gordura está associado a um aumento da sensação de saciedade. Substituir essa gordura por carboidratos, que são absorvidos rapidamente, vai gerar fome mais rápido e a pessoa tende a consumir mais alimentos (e calorias!) no dia.
Além disso, esses produtos com reduções de nutrientes costumam ter adição de muitas substâncias sintéticas para manter de suas características. Isso não costuma ser positivo, pois, além de se tratar de um produto ultraprocessado (cujo consumo precisa ser reduzido na nossa alimentação), estamos falando em aumentar, sem nenhuma necessidade, a ingestão de substâncias que o corpo não reconhece - e sabe-se lá o que podem causar a longo prazo... Não podemos esquecer que, no Brasil, ainda estão permitidas substâncias que são maléficas para o organismo e banidas em muitos outros países (como, por exemplo, o corante caramelo IV e o edulcorante ciclamato).
Consulte um nutricionista para saber se esses alimentos são adequados para a sua rotina alimentar. Lembre-se que não é o alimento que vai fazer você emagrecer, são seus hábitos diários e consistentes de sono, exercício físico e alimentação saudável.
Raquel Lupion é formada em Nutrição e Educação Física, tem especialização em Nutrição Clínica e Mestrado em Ciências do Movimento Humano. Sua motivação é promover um estilo de vida saudável, fugindo de radicalismos e tentando encontrar o caminho do meio entre o que é necessário e o que é prazeroso. Na vida profissional, divide seu tempo entre atender em consultório, dar aulas de ioga, palestrar e ministrar cursos. Escreve semanalmente em revistadonna.com.