Em clima de retrospectiva, reuni quatro tendências que vieram com força neste ano na área da alimentação – e que vale a pena manter em 2020!
1. Substitutos vegetarianos para carnes
O público vegetariano tem crescido vertiginosamente nos últimos tempos. Seja por motivos como preocupação com a saúde, consciência ambiental ou compaixão pelos animais, o fato é que os vegetarianos representam cerca de 15% da população brasileira, e as empresas perceberam a necessidade de atender à demanda crescente. Quando se fala em alimentação, a última moda são os alimentos a base de plantas que substituem os de origem animal.
Apesar de serem ultraprocessados e não entrarem como itens de consumo livre em uma dieta equilibrada, os substitutos da carne atendem bem àquelas pessoas que buscam uma alimentação sem produtos de origem animal, mas ainda querem consumir preparações tradicionais – como pão de queijo, hambúrguer, cachorro quente e pizzas. São ótimas opções também para casos no qual uma pessoa da família é vegetariana e as outras não, o que ajuda na hora de montar refeições inclusivas e saborosas.
Não custa lembrar: analisando o fator nutricional, as plantas têm mais vitaminas, minerais, fibras e compostos bioativos do que os alimentos de origem animal, além de menos gordura saturada. Ou seja, são sempre as melhores opções.
2. Alimentos fermentados
Atualmente, sabemos que o intestino é o nosso “segundo cérebro” – e precisamos cuidar bem do órgão para ter uma vida saudável e equilibrada. Por isso, alimentos fermentados ganharam força: melhoram a qualidade da microbiota intestinal e ajudam o processo de digestão e absorção dos nutrientes. Um dos queridinhos é a kombucha, bebida obtida a partir da fermentação do chá verde ou preto adoçado.
3. Sustentabilidade e cozinha circular
A preocupação com o meio ambiente foi uma das pautas que ganhou ainda mais força em 2019. Sabemos, hoje, que a indústria da carne é a que mais consome recursos naturais do planeta e, por isso, muitas pessoas estão buscando reduzir seu consumo. Mas, para além disso, a preocupação de utilizar todas as partes comestíveis dos alimentos e diminuir o desperdício também se tornou uma prática comum, inclusive na alta gastronomia.
O consumo das folhas, caules, cascas e talos dos vegetais, além de optar por alimentos pela sazonalidade, são alguns dos objetivos da cozinha circular. Muitas pessoas querem saber de onde a comida vem, como foi manipulada e preparada, desde a plantação até chegar ao prato. Redobramos também o cuidado em evitar o consumo de plástico e outros materiais não sustentáveis. Estamos mais atentos em reutilizar, reciclar, repensar, ressignificar e diminuir o consumo - ações que precisam seguir em prática no ano que vem.
4. Comida de verdade
Quando se fala em alimentação saudável, a hashtag #ComidaDeVerdade tem aparecido com frequência nas redes sociais. Isso porque uma das tendências do ano foi estimular o consumo dos alimentos na sua forma mais natural, diminuindo o consumo dos ultraprocessados.
Outra frase clássica que esbarramos vez ou outra é o “descasque mais, desembale menos”, que ganha espaço com o mesmo objetivo: dar mais valor aos alimentos íntegros e integrais em vez de produtos cheios de corantes, flavorizantes, espessantes, agrotóxicos e outras muitas substâncias que fazem mal para o organismo.
Na minha opinião, esse hábito deve permanecer no dia a dia, pois quanto mais natural for a alimentação for, mais saúde e equilíbrio traremos para as nossas vidas!
Raquel Lupion é formada em Nutrição e Educação Física, tem especialização em Nutrição Clínica e Mestrado em Ciências do Movimento Humano. Sua motivação é promover um estilo de vida saudável, fugindo de radicalismos e tentando encontrar o caminho do meio entre o que é necessário e o que é prazeroso. Na vida profissional, divide seu tempo entre atender em consultório, dar aulas de ioga, palestrar e ministrar cursos. Escreve semanalmente em revistadonna.com.