O Inter está diante de seu jogo mais importante desde que decidiu a Libertadores da América em 2010 contra o Chivas de Guadalajara. Há quem diga que houve o confronto do Mundial daquele ano diante do Mazembe ou finais da Recopa Sul-Americana de 2011 e a Copa do Brasil de 2019, mas não há comparação.
O confronto contra os africanos em Abu-Dhabi entrou para a história como um gigantesco fracasso, mas não valia diretamente a taça. Os outros dois títulos, o vencido contra o Independiente e o perdido para o Athletico-PR eram disputas menores em relação ao que significa um Brasileirão.
São mais de 40 anos de espera e a possibilidade de consagrar uma campanha improvável, mas que se consolidou e gerou uma expectativa absoluta entre os torcedores. Não há supercraques no Beira-Rio, mas um grupo que mostra comprometimento total, transformando isto em competência. Claramente existe um componente interno fundamental, um vestiário fechado e bem conduzido pelo treinador Abel Braga. A chamada "superação" está presente no ambiente colorado, seja por parte de quem joga ou de quem ajuda com apoio moral ao time. Foi por isto, por exemplo, que Patrick, suspenso, foi ao Rio de Janeiro acompanhar a partida diante do Vasco no último domingo (14).
O jogo contra o Flamengo é a decisão das decisões. O empate não é mau resultado, mas a vitória consagra e encerra o jejum de quatro décadas. Com voo fretado, desde que a aeronave comporte, passa a ser possível e necessário que até quem está fora da partida por motivos diversos acompanhe a delegação.
Sem torcida no Maracanã, o elenco precisa se reforçar de maneira íntima. Víctor Cuesta, suspenso, e até quem experimenta recuperação médica e física como Paolo Guerrero, Boschilia, Saravia e Moledo podem se tornar figuras importantes.
Contra um adversário tão poderoso, não existe limite na busca de ingredientes positivos. Vale um tetra e a libertação de uma carência que vem desde os tempos em que a CBF era CBD.