O pior aconteceu. Toda a apreensão dos colorados com a estreia no Mundial de Clubes se mostrou pertinente. O africano Mazembe, até então desconhecido no cenário mundial, venceu o Inter por 2 a 0 e deixou incrédula a enorme torcida colorada em Abu Dhabi. Kabangu e Kaluyituka foram os autores dos gols que tiraram do Inter a chance de conquistar o bicampeonato do torneio mais importante entre clubes do mundo.
A equipe colorada lutou, criou chances, mas não foi capaz de colocar a bola nas redes. Na segunda etapa, assistiu ao Mazembe construir uma vitória histórica. O Inter está eliminado na temida semifinal. Os africanos estão pela primeira vez em uma decisão. Os colorados, atordoados, ainda tentam entender como abruptamente foram tolhidos do sonho do bi.
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Pressão inicial
O Inter cumpriu o que prometeu e ensaiou durante a semana: pressionar o time africano nos primeiros minutos da partida. Com 50 segundos de jogo, depois de uma envolvente triangulação entre Tinga e Alecsandro, Sobis bateu de dentro da área com muito perigo por cima do gol. Era só o primeiro arremate de um pacote de lances perigosos do Inter no princípio do jogo.
Aos dois minutos, Wilson Matias cabeceou com perigo após cobrança de falta. O ritmo do Inter era intenso e a bola parava pouco nos pés dos africanos. No ataque, Sobis se postava como um atacante, mas sem a bola ele compunha o meio-campo, o que deixava o Inter com domínio numérico no setor. Com maior posse de bola, o time de Celso Roth passou a virar alvo dos jogadores do Mazembe. Com sete minutos, Nkulukuta fez falta dura em Guiñazu e recebeu cartão amarelo. Na cobrança, Sobis bateu por cima.
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Chance com Sobis
A melhor chance do Inter no primeiro tempo também veio com o atacante. O centroavante Alecsandro inverteu de posição com Tinga e caiu na meia-esquerda. De primeira, ele colocou rasante na área. A bola passou pelo volante colorado e encontrou o pé direito de Sobis, que bateu para linda defesa do excêntrico Kidiaba.
Acuado, o Mazembe deu a sua primeira escapada só aos 15 minutos. Kabangu tocou boa bola para Nkulukuta, que soltou uma bomba. O goleiro Renam espalmou para cima. Três minutos depois, D'Alessandro cobrou falta e o zagueiro Índio apareceu livre na área. Um pouco sem ângulo, ele não conseguiu finalizar para o gol e mandou a bola de cabeça para a linha de fundo. Parecia que o gol não iria demorar a sair.
Mazembe respira e equilibra
Mas a partir dos 25 minutos, a equipe africana se assentou em campo. Abriu mão da ligação direta e passou a explorar a sua mais temida arma: a velocidade. E um lance resumiu bem a proposta do Mazembe. Depois de pressionar e roubar a bola, os africanos precisaram de três toques na bola para chegar ao gol. Quando Singuluma estava preparado para arrematar, Bolívar deu um toque providencial. A partir desse lance, a partida emparelhou.
O Inter chegou com muito perigo aos 36 minutos, quando Alcsandro recebeu grande passe de Tinga, mas demorou para finalizar e acabou batendo em cima da zaga. A resposta foi rápida. Kaluyituka invadiu a área pela esquerda em alta velocidade e bateu de bico. Renan mandou no reflexo para escanteio. No último lance da primeira etapa, quase um golaço. Wilson Mathians aparou um cruzamento de bicicleta e quase deixou o Inter em vantagem antes do intervalo.
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Inter acorda para 2º tempo com gol
Mas foi no segundo tempo que a equipe africana assombrou o mundo. Desde os primeiros minutos, se mostrou melhor. Amparado nos velozes Kaluyituka e Kabangu, o Mazembe passava a ameaçar. E o gol saiu. Aos sete minutos, Kabangu dominou dentro da área e, de chapa, bateu no ângulo do goleiro Renan: 1 a 0. Mas ainda faltava muito tempo, dava para buscar o empate e virar.
Na tentativa de mudar o panorama do jogo, Celso Roth logo fez duas alterações. Tirou Tinga e Alecsandro e promoveu a entrada de Giuliano e Lenadro Damião. As mudanças impulsionaram o Inter ao ataque, mas com a vantagem no placar, o Mazembe colocou todos os jogadores atrás da linha da bola. O tempo passava e ficava cada vez mais difícil de penetrar.
A última chance
De tanto insistir, o Inter criou a chance para empatar. Giuliano recebeu livre, dentro da área e bateu de esquerda, rasteiro. A bola ia no canto, mas o goleiro Kidiaba esticou o braço e empediu o gol. Todo no campo de ataque, a equipe de Celso Roth abria brechas na defesa. E foi em uma dessas lacunas que Kaluyituka se meteu para matar o jogo.
O perigoso atacante recebeu na esquerda, pedalou para cima de Guiñazu, passou pelo argentino e bateu forte, no canto direito do goleiro Renan. Quando aquela bola tocou a rede, todos sabiam que o sonho do bi acabava de ser adiado.
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Crédito das fotos: Jefferson Botega