A segunda-feira (26) amanheceu com a perspectiva colorada de ter a volta de Boschilia ao time titular na estreia da Copa do Brasil, o que significava uma boa novidade. O final do dia, porém, foi sacudido com a notícia de que o meia rompeu os ligamentos do joelho direito e precisará passar por cirurgia para voltar a jogar só em 2021. Acima da tristeza desportiva, há o drama humano de um atleta que se vê privado de exercer sua atividade por mais de meio ano, passando a viver a incerteza da recuperação completa.
No âmbito do Inter, Boschilia é a terceira pancada violenta sofrida por Eduardo Coudet de uma mesma forma. Primeiro foi Paolo Guerrero e depois Renzo Saravia que romperam ligamentos no joelho. Tal coincidência é muito triste, mas, a princípio, não implica em algum tipo de responsabilidade de quem trabalha fisicamente com os atletas.
Fiquemos no plano das fatalidades. O problema colorado, agora multiplicado por três, é a reposição. Nos dois primeiros casos houve relativo sucesso. No caso de Guerrero, a fase brilhante de Thiago Galhardo e um bom suporte de Abel Hernández estão sustentando a situação. Na lateral direita, a solução que está correspondendo é o jovem Heitor.
Gabriel Boschilia demorou para ter uma função determinada no time. Coudet mudou seu posicionamento, experimentou outras alternativas e uma resposta positiva aconteceu recentemente. Sua movimentação vertical, a intensidade e a vocação para finalizações estavam funcionando bem quando sofreu a lesão muscular que o tirou dos últimos jogos. A presença de Marcos Guilherme na vaga só não foi mais contestada porque havia a perspectiva da volta do titular. Agora não há mais o titular.
Com muitos jovens no elenco para serem meio-campistas ofensivos ou contando com alguns atacantes capazes de se movimentar fora da área, o momento é de uma escolha delicada para o treinador. O Inter não precisava de mais esta grave baixa. É quase 30% do time ideal fora de ação até o ano que vem.
O peso é grande demais para quem tem "grupo corto", como diz Coudet quando analisa a quantidade de recursos em seu plantel. No ataque, quando da perda de Guerrero, houve um esforço e a contratação de dois atletas, Abel Hernández e Leandro Fernández. Na lateral direita não foi preciso. Para a vaga de Boschilia não se pode descartar a necessidade de ir ao mercado, uma dor de cabeça triste e forte para um clube que está longe de ter cofres cheios.