Antes da parada pela pandemia do coronavírus, Gabriel Boschilia vinha se afirmando no time do Inter. Com nove partidas disputadas na temporada, o jogador agradou a torcida — e também Eduardo Coudet — pela eficiência tanto defensiva quanto ofensiva.
GaúchaZH separou alguns pontos para entender — e também resgatar — o desempenho do jogador que ganhou espaço após lesão de Patrick e deu mais fluência ao meio de campo colorado.
1. Recuperação defensiva
O primeiro grande teste de Boschilia veio logo na Libertadores, quando Patrick se lesionou aos 14 minutos do jogo contra a Universidad de Chile, pela terceira fase da competição. Depois de um 0 a 0 fora de casa, o Inter precisava vencer no Beira-Rio para ingressar na fase de grupos.
Com Musto e Lindoso escalados, a contenção ficou, principalmente, por conta dos dois volantes. Assim, Boschilia teve mais liberdade para construir pelo lado esquerdo do campo, como mostra o mapa de calor ao lado.
O jogador ajudou na recuperação da posse colorada com um desarme naquela oportunidade. Ao todo, em nove jogos, Boschilia roubou a bola do adversário 14 vezes.
2. Participação na armação
Ao mesmo tempo em que ajuda na defesa, Boschilia confere qualidade à saída de bola colorada. O atleta ganhou ainda mais importância na armação quando Coudet abriu mão do esquema que acumulava Musto e Rodrigo Lindoso.
Boschilia, portanto, passou a participar mais da construção das jogadas. Nas duas partidas da fase de grupos da Libertadores, por exemplo, o jogador teve um índice de acerto de passe elevado: contra a Universidad Católica, na vitória colorada por 3 a 0, acertou 80% dos 23 toques e, contra o Grêmio, 94% dos 34 lances.
3. Surpresa no ataque
O atleta também aparece com frequência na área adversária. Prova disso é que marcou gol na sua estreia, quando roubou a bola da zaga chilena e partiu em direção à meta, chutando na saída do goleiro Cristóbal Campos aos 42 minutos do primeiro tempo.
Além disso, nas nove vezes em que entrou em campo com a camisa colorada, Boschilia deu passe para três finalizações. Também chama a atenção a movimentação do jogador no Gre-Nal da Libertadores — que terminou empatado em 0 a 0 após oito expulsões e confusão dentro de campo.
O mapa de calor mostra que, além das movimentações costumeiras pela esquerda, também houve participações na direita. Isso porque, durante a partida, Eduardo Coudet promoveu trocas de posicionamento entre Boschilia e Marcos Guilherme. A dinâmica confundiu a zaga gremista — tanto que o meia quase abriu o placar, mas acertou a trave em uma das chances e chutou para fora outras duas.