Desejado pela torcida do Cruzeiro, procurado pelo Athletico Paranaense, mas com contrato e em litígio com o Grêmio, o atacante Ferreira estaria certamente nas pegadas de Pepê para herdar a chance de substituir Everton no Grêmio. Uma desavença entre o jogador e o clube atrapalha tudo no momento. O problema se deu em em fevereiro, quando a diretoria gremista não conseguiu prorrogar o compromisso do atleta que vai até junho do ano que vem. Era sabida uma rusga entre a direção tricolor e o procurador do atleta, Pablo Bueno, ainda dos tempos da saída de outro jovem, Tetê, também representado pelo empresário. O impasse evoluiu para uma quase ruptura de relação onde todos têm a perder, mas que um recuo estratégico seria mais proveitoso para o profissional que está perdendo uma chance rara.
Um componente grave para a não resolução do caso envolveu as críticas públicas do empresário de Ferreira à diretoria do Grêmio pela oferta que foi feita ao jogador. Qualquer proposta, seja de que lado sair, não pode ser considerada ofensa. Pablo Bueno também se disse "muito gremista" numa de suas manifestações, coisa absolutamente desnecessária quando se fala em profissionalismo, mesmo que seja em defesa de acusações de que ele tenha outro clube de preferência. Isto é irrelevante. O que não pode acontecer é a relação pessoal entre agente de atleta e dirigentes prejudicar a carreira do atacante e o elenco de Renato Portaluppi.
É inegável que a situação do profissional é de menos poder de barganha com um contrato ainda de um ano em vigor. Há, no entanto, a favor do atleta seu futebol de bom nível que agradou quando foi mostrado no final de 2019 e início deste ano. Não será nenhum absurdo ele pedir moderação ao seu empresário, que já entrou até na Justiça contra o Grêmio, para tentar aproveitar o momento de mudanças numa equipe que não conta mais com Everton, que aposta em Pepê, vê Renato pedir a contratação de outro atacante para o lado e que tem no jovem Elias ainda um jogador em formação e também com necessidade de acerto contratual.
Aos 22 anos, com sucesso desde os tempos da base e uma multa rescisória de mais de 200 milhões de reais, , Ferreira deveria apostar em si, mesmo que considere, ou seu empresário ache por ele, que se submeterá a um sacrifício profissional se aproximar ou aceitar as bases oferecidas pelo clube. Os dribles, a capacidade de conclusão e sua velocidade deixaram imprensa, torcida e comissão técnica muito entusiasmadas pelo que viram e não gostariam que a parada, que para ele começou em fevereiro, durasse por mais de um ano. É tempo de refletir. Poucos lugares são melhores que o Grêmio agora para o "Ferreirinha"