A campanha Heroes for Brazil, que reúne vários dos principais nomes dos quadrinhos dos Estados Unidos e do Brasil, vai realizar neste sábado (11) um leilão de desenhos originais e gibis autografados para arrecadar dinheiro a ser destinado às vítimas da enchente no Rio Grande do Sul.
O evento será via X (o antigo Twitter), pela conta da agência artística Chiaroscuro Studios: @Chiaroscuro_Ofc. Segundo o informativo, todo valor arrecadado será revertido em doações, por meio da ONG Ação da Cidadania.
A lista de artistas e escritores participantes impressiona. Pela quantidade — já são quase 60 confirmados — e pela qualidade.
Vou destacar alguns nomes, por ordem alfabética (atenção: as imagens reproduzidas são apenas ilustrativas, não sei quais são os itens a serem leiloados).
Bilquis Evely é uma desenhista paulista de 34 anos que já concorreu ao Eisner, o principal prêmio do mercado estadunidense. Entre suas obras, está a parceria com o autor Tom King em Supergirl: A Mulher do Amanhã.
O britânico Bryan Hitch já ilustrou aventuras da Liga da Justiça, dos Supremos (uma versão alternativa dos Vingadores) e do Authority.
Camilo Solano foi finalista do Jabuti com Semilunar e tem no currículo HQs como Desengano, que teve prefácio do mestre Robert Crumb, e Cascão: Temporal.
Danilo Beyruth é o autor da bem-sucedida série do Astronauta na coleção Graphic MSP.
Dustin Nguyen ganhou o Eisner de desenhista pela série Descender, escrita por Jeff Lemire.
Frank Miller, 67 anos, foi um dos responsáveis por uma revolução nos quadrinhos de super-herói na década de 1980, graças a sua passagem pela revista do Demolidor e a títulos como Batman: O Cavaleiro das Trevas. Seus créditos incluem 300 e Sin City, ambas já adaptadas para o cinema.
O escocês Frank Quitely (Grandes Astros: Superman), o inglês Gary Frank (Poder Supremo), o estadunidense Greg Capullo (Batman e Spawn), o brasileiro Ivan Reis (Aquaman) e o canadense Jason Fabok (Batman) são alguns dos desenhistas mais renomados do século 21.
John Romita Jr., 67 anos, é uma lenda dos gibis de super-herói. Já desenhou praticamente todos os grandes personagens da Marvel, como Homem-Aranha, Homem de Ferro, Demolidor, Hulk, X-Men, Pantera Negra, Thor e Justiceiro.
O argentino Julian Totino Tedesco ficou célebre como capista da fase do Demolidor escrita por Chip Zdarsky.
O senegalês Juni Ba, radicado na França, despertou a atenção do Ocidente com Djeliya e passou a assinar capas e histórias nos gibis da DC e da Marvel.
Lee Bermejo fez com o roteirista Brian Azzarello Batman: Condenado, Coringa, Luthor: Homem de Aço e Antes de Watchmen: Rorschach.
O escocês Mark Millar e o estadunidense Mark Waid são dois dos roteiristas mais produtivos e populares. O primeiro já tem várias obras vertidas para o cinema ou o streaming, como Kick-Ass, Kingsman, O Legado de Júpiter e O Procurado. O segundo conquistou fãs pelas histórias que escreveu para o Flash, para a Liga da Justiça, para o Capitão América e para o Demolidor, além de ter feito com Alex Ross a clássica minissérie O Reino do Amanhã, que imagina um futuro distópico para os personagens da DC.
Peter Kuper surgiu na revista Mad, com a icônica tira humorística Spy vs Spy, e depois enveredou por obras mais sérias, como O Sistema, Ruínas e as adaptações Desista! (baseado em contos de Franz Kafka) e Coração das Trevas (versão da novela de Joseph Conrad).
Por fim, os gaúchos Rafael Albuquerque e Rafael Grampá fizeram carreira desenhando para o mercado dos EUA. O porto-alegrense Albuquerque foi parceiro do roteirista Scott Snyder na premiada série Vampiro Americano, além de ter ilustrado aventuras da HQ Superman/Batman. O pelotense Grampá despontou com Mesmo Delivery e, recentemente, ingressou no bat-universo: com Frank Miller, assinou O Cavaleiro das Trevas: A Criança Dourada; em trabalho solo, está publicando a minissérie Batman: A Gárgula de Gotham.