Ex-ator pornográfico, ex-jogador de futebol americano, ex-deputado federal, ex-galã de novelas da Globo, ex-humorista do A Praça É Nossa... Em vários campos de atuação, Alexandre Frota, 60 anos, equilibrou-se entre a fama e a polêmica. Não poderia ser diferente na enchente que devasta o Rio Grande do Sul.
No seu perfil no Instagram (@alexandrefrota_oficial), ele postou na quarta-feira (8) um vídeo em que aparece pilotando um jet ski e com a seguinte legenda: "Estamos aqui em Canoas resgatando os animais que ficaram p trás e algumas pessoas que ainda estavam em casa. Força Rio Grande do Sul".
Entre os quase 4 mil comentários registrados até as 17h desta quinta (9), havia elogios e críticas.
"Top Frota, corajoso, colocando a vida em risco para salvar vidas", escreveu um usuário.
"Discordo de muitas coisas do Frota! Mas quem critica aqui, garanto que nem um pix fez pra ajudar!", comentou outro.
Ele estava se referindo a quem chamou Frota de oportunista, a quem perguntou: "Tem como fazer isso e não gravar? Precisa mostrar?". Ou: "Marketing numa hora dessas?".
A questão é mesmo passível de discussão.
Uns entendem que não precisamos ficar alardeando nossas boas ações. O importante é ajudar, ser solidário, sem a necessidade de propagandear, como se estivéssemos querendo a aprovação pública.
Outros acham que o exemplo é multiplicador — e tem mais peso ainda quando o gesto é praticado por uma celebridade. Aliás, alguns famosos são até cobrados se parecem omissos.
Foi o caso de Neymar. Na terça (7), ele acabou fazendo uma postagem em suas redes sociais para "prestar conta" de sua ajuda ao RS. Mostrou fotos de seus aviões e de sua equipe de apoio enviando mantimentos como água e alimentos. No texto, o jogador procurou justificar seu silêncio: "Não gosto e não curto postar tudo que faço ou ajudo, porque quem faz, faz pelo coração e não por engajamento. Então, este post é pra incentivar ainda mais as pessoas a ajudarem".
Existe regra de etiqueta para a solidariedade? Não sei. Talvez haja celebridades ultrapassando limites do marketing do bem, mirando benefícios para si mesmo, ou no mínimo sendo demagógicas. Mas acho que, na situação que estamos vivendo, mal não faz. As ações de Alexandre Frota, de Neymar, de Felipe Neto e de outros personagens célebres do Brasil podem ter um tanto de vaidade e de busca por holofotes na motivação, mas, em menor ou maior escala, atendem aos principais interessados: as vítimas da enchente.