A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) já pode pedir música no Fantástico: pela terceira eleição consecutiva, a diretoria para o biênio 2024-2025 foi eleita em chapa única. O juiz de Direito Cristiano Vilhalba Flores, 50 anos, será o sucessor do desembargador Cláudio Martinewski, também ele eleito em chapa única e precedido por outro candidato de consenso, o juiz Orlando Faccini Neto.
Os ânimos na Ajuris estão mais serenados do que no Tribunal de Justiça, onde as duas últimas eleições tiveram disputa acirrada. Na mais recente, o presidente eleito Alberto Delgado Neto fez apenas oito votos a mais do que seu adversário, Tasso Caubi Soares Delabary. Foram 77 a 69, em uma eleição em que o colégio eleitoral é formado exclusivamente por desembargadores.
A votação, aberta a todos os associados, foi encerrada ao meio-dia desta sexta-feira (8). A chapa única teve 802 votos. O novo presidente assumirá o cargo em cerimônia no dia 1º de fevereiro.
— Entendo que o papel da Ajuris, ao completar seus 80 anos, seguirá sendo o de representar a voz da magistratura gaúcha na defesa de suas prerrogativas e do Estado Democrático de Direito. Vamos atuar por um Poder Judiciário forte e valorizado como pilar fundamental para a segurança da sociedade — disse o presidente eleito ao final da apuração.
Atuando na magistratura gaúcha desde 1999, Flores já passou pelas comarcas de Capão da Canoa, Crissiumal, Tenente Portela, São Gabriel, Sapucaia do Sul, Canoas e Porto Alegre. Graduado em Direito pela Universidade Regional do Noroeste do RS (Unijuí), o magistrado é especialista em Direitos Fundamentais pela Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS), mestre em Direito Internacional e doutorando na mesma área pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Na Ajuris, foi vice-presidente de Patrimônio e Finanças e atualmente é vice-presidente Administrativo. Vilhalba Flores também atua como docente na Escola da Magistratura da Ajuris e na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). Engajado na pesquisa científica, o juiz é autor do livro Controle de Convencionalidade: Integração Jurídica e Legitimidade do Particular.